Next revê previsões em alta

A retalhista britânica de moda e artigos para a casa aumentou em 0,5% as expectativas de lucro para o ano fiscal em curso, após ter registado uma subida de 5,4% das vendas no primeiro semestre.

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Para o ano completo até janeiro de 2024, a Next antecipa agora um lucro bruto de 875 milhões de libras, uma revisão em alta face aos 845 milhões de libras esperados anteriormente e uma subida em comparação com os 870,4 milhões de libras realizados em 2022/2023.

A retalhista também reviu em alta a taxa de crescimento das vendas a preços totais de 1,8% para 2,6%.

Para os seis meses até 29 de julho, a Next registou um lucro bruto de 420 milhões de libras, o que representa uma subida de 4,8%, com as vendas a preços totais a subirem 3,2%. No total, a Next vendeu 2.638 milhões de libras no primeiro semestre do ano fiscal, uma subida de 5,4% em comparação com 2.504 milhões de libras.

De acordo com a retalhista, os preços para o outono-inverno irão subir 2%, uma diminuição em comparação com uma previsão anterior, que antecipava uma subida de 3%.

Para a primavera-verão 2024, os preços da Next para produtos semelhantes deverão descer entre 1% e aumentar 0,5%.

A retalhista britânica advertiu, contudo, que a redução do emprego pode afetar a procura do consumidor em 2024, retirando algum brilho de uma atualização de lucros, a terceira em quatro meses neste ano fiscal.

Os consumidores britânicos desafiaram a elevada inflação, que atingiu o pico de 11,1% em outubro, e da subida dos custos dos empréstimos para manterem o seu consumo em 2023, ajudados pela força do mercado laboral, que está agora a dar sinais de arrefecimento.

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Os dados oficiais publicados na semana passada mostram uma subida de taxa de desemprego no Reino Unido, com o número de pessoas a trabalhar a cair acentuadamente e as vagas de emprego a descerem para menos de um milhão pela primeira vez em dois anos.

A Next, que gere cerca de 500 lojas e online e é muitas vezes considerada um barómetro de como estão os consumidores britânicos, revelou que é provável que as pressões inflacionárias sobre os preços de venda e os custos operacionais vão continuar a diminuir em 2024/2025.

Mas a retalhista avisou que embora o abrandamento no mercado de trabalho possa reduzir a pressão sobre a inflação salarial, pode também travar o crescimento do consumo em 2024/2025.

«Não vou tentar prever exatamente o efeito que um abrandamento no mercado laboral terá sobre a procura, tudo o que podemos dizer é que, de uma maneira ou outra, deverá abrandar», afirmou, à Reuters, Simon Wolfson, CEO da Next. «Qual será o resultado entre as pessoas sentirem menos pressão nos seus rendimentos e menos oportunidades de emprego e menos inflação nas coisas que competem com o vestuário, é impossível dizermos», acrescentou.

Ainda assim, no comunicado dos resultados do primeiro semestre a retalhista afirma que «as perspetivas a longo prazo para o grupo parecem mais positivas do que as que tivemos durante muitos anos. A transição desconfortável das vendas do retalho para o online parece ter abrandado para um nível mais gerível, muito porque menos de 35% das nossas vendas são feitas agora em lojas físicas», sublinha o comunicado dos resultados da empresa. «Em resumo, até agora, fizemos bons progressos em todas as quatro frentes. As vendas estão melhores do que o esperado, o serviço online melhorou significativamente, os custos estão mais baixos do que o esperado e, embora seja ainda cedo, e tenha havido alguns percalços, os três fluxos de novos negócios mostram sinais promissores», conclui.