Negócios das Arábias

A última Motexha no Dubai, a principal feira da Área para a indústria têxtil e de vestuÁrio da região, acolheu 250 expositores dos principais players mundiais, que procuram expandir-se neste mercado apetecível. Segundo Jim Meltz, director da Motexha, organizada pela IIR Médio Oriente, o mercado de vestuÁrio do Golfo ArÁbico estÁ a ser impulsionado pelo aumento do consumo e pelo contínuo crescimento dos centros comerciais, tornando cada vez mais apetecível. Os gigantes mundiais da moda e do têxtil – antigos e novos – não podem ignorar este crescimento num mercado regional que vale jÁ mais de 12 mil milhões de dólares», afirmou. Em termos das nacionalidades das empresas que participaram na feira, a China foi a mais representada, seguida da Turquia, Indonésia, índia, ItÁlia e Bangladesh. A maior delegação da Motexha é da China, um país cujas exportações têxteis e de vestuÁrio em 2007 atingiram uns impressionantes 171,2 mil milhões de dólares, minimizando os seus mais directos concorrentes, apesar das exportações em Fevereiro terem caído 33% em relação ao mês anterior. A valorização da moeda chinesa e o aumento dos custos laborais estão a ter impacto nas exportações têxteis e de vestuÁrio, mas a China continua a ser o maior exportador mundial e vê um potencial inexplorado no Médio Oriente», revelou Meltz. A segunda maior delegação na Motexha foi a Turquia. Actualmente no oitavo lugar mundial e quarto na indústria de pronto-a-vestir, a Turquia estÁ confiante numa reviravolta positiva da indústria, superior a 150 mil milhões de dólares. As exportações têxteis turcas aumentaram 17% e as suas exportações de vestuÁrio pronto-a-vestir cresceram 16% em 2007, apesar da valorização da nova lira turca, e o país estÁ a ter muito sucesso nos mercados do Golfo ArÁbico», acrescentou Meltz. A Turquia atingiu os 9,5 mil milhões de dólares com as exportações têxteis e 13 mil milhões de dólares com a exportação de pronto-a-vestir no ano passado. Em terceiro lugar, com a sua maior participação de sempre na Motexha, esteve a Indonésia, cujas exportações anuais se mantêm constantes entre os 7 mil milhões de dólares e os 8 mil milhões de dólares nos últimos anos. As exportações mais recentes foram estimuladas por uma rupia mais baixa em comparação com outras moedas, especialmente o yuan chinês. Com a ajuda do Apparel Export Promotion Council, a índia estÁ a conseguir um grande impulso para ultrapassar o impacto da desvalorização do dólar e a apreciação da rupia nas exportações, tal como referiu Meltz. A índia é o quarto maior participante na Motexha, numa altura em que tenta combater a concorrência chinesa e tem por objectivo atingir os 14,5 mil milhões de dólares de exportações de vestuÁrio até 2010. Em quinto lugar na Motexha surge a ItÁlia, que estÁ a colocar a tónica na imagem de qualidade do seu “Made in Italy”. A moda italiana é muito popular no Golfo ArÁbico e a indústria italiana é uma das mais bem sucedidas no mundo, com volumes de negócios superiores a 80 mil milhões, apesar de um euro forte e do aumento dos custos laborais da maior parte dos seus concorrentes», explicou Meltz. Na posição número seis na Motexha estÁ o Bangladesh, um dos players emergentes com crescimento mais rÁpido no mercado internacional de têxteis e vestuÁrio. O vestuÁrio representa jÁ 80% do total de exportações do Bangladesh e a associação de exportadores de vestuÁrio do país definiu um objectivo ambicioso de atingir os 18 mil milhões de dólares em exportações em 2010», acrescentou Meltz. Outras nacionalidades estiveram igualmente em destaque com mostras de produtos que chamaram a atenção dos visitantes, também estes muito internacionais, provenientes de 50 países diferentes. Os artigos em pele e pêlos fizeram muito sucesso, particularmente as apresentações da Perlmutterweg, da Argentina, e da Izzo Leather, da Grécia.