ndia aguarda fim das quotas com expectativa

Afirmando-se como um dos líderes mundiais nas áreas das tecnologias da informação, processos de negócios e biotecnologia, a Índia tem como grande objectivo a conquista de um papel central no cenário global dos têxteis e vestuário, antecipando o fim das quotas no comércio internacional, já no início de 2005.

A indústria de algodão deste país produz 13% da produção mundial total (2,707 milhões de toneladas), o que faz da Índia o terceiro maior produtor mundial de algodão, atrás da China e dos Estados Unidos.

A esmagadora maioria deste algodão é oriunda dos estados do Punjab e Andhra Pradesh.

Com 1566 empresas no sector médio, mais 920 fábricas no segmento das pequenas indústrias, 284 fábricas mistas, 200 fabricantes exclusivos e mais de 400.000 teares de fiação, a força da Índia neste sector parece inquestionável.

No entanto, a principal fraqueza da Índia advém precisamente da sua fragmentada indústria e dos efeitos de muitos anos de políticas governamentais que desencorajaram as operações em larga escala.

Isto impediu as maiores empresas indianas de apostar em sistemas de integração vertical, e de tirarem vantagens das chamadas economias de escala ou de aquisições e fusões.

Além disso, esta situação afectou igualmente a competitividade dos preços dos produtos indianos, além de criar problemas na organização e gestão das capacidades de produção, no sentido de corresponder às expectativas dos seus clientes.

Após o fim das quotas, e se a indústria dos têxteis e vestuário Indiana quiser efectivamente atingir o valor de 40 mil milhões de dólares estabelecido pelo governo deste país como meta para as exportações, em 2010, devem ser efectuadas diversas mudanças, em diferentes níveis.

Apesar do aumento da área cultivada com algodão na Índia ter passado de 710.000 para 750.000 hectares, o cultivo desta planta é seriamente ameaçado por diversas pragas e limitações técnicas, que afectam naturalmente a quantidade de algodão efectivamente colhido e aproveitado.

Outro aspecto chave é a melhoria dos métodos e equipamentos de processamento da fiação de algodão.

Com efeito, a Índia sofre da carência de maquinaria e tecnologia avançadas, afim de produzir tecidos de valor acrescentado, através das fases de acabamento, estamparia e tinturaria.

O processamento dos tecidos é uma das actividades vitais na cadeia de produção de vestuário, e necessita por isso de urgente atenção neste país.

A consolidação das capacidades de produção revela-se igualmente essencial, no quadro de uma indústria do vestuário moderna e competitiva.

Para tal, as políticas governamentais devem encorajar a formação e consolidação de grandes empresas, que sejam competitivas a nível global, devido às economias de escala.

As companhias indianas de têxteis devem também investir no design e desenvolvimento de produtos, recorrendo a estilistas e designers de talento reconhecido e estabelecendo bases e centros no estrangeiro, além de organizar e promover representações fortes nas maiores feiras mundiais do sector.

Criação de parques têxteis: seguindo o modelo das ZEE (Zonas Económicas Especiais) da China, a Índia deverá promover parques têxteis especiais, ou Zonas de Processamento de Exportações, com boas infra estruturas e regras flexíveis, de modo a atrair e fixar as importações e o investimento directo estrangeiro.

Este tipo de parques foram o motor do fenomenal aumento das exportações chinesas na última década…

A indústria têxtil é responsável por cerca de 6% do PIB da economia indiana.

As suas exportações atingem os 12 mil milhões de dólares, aproximadamente 30% das exportações totais da Índia, e garantem emprego a cerca de 18% da força laboral do país.

Por isso, a importância das reformas necessárias à afirmação da indústria dos têxteis e vestuário indiana afigura-se óbvia…