Näz parte em missão

Cristiana Costa é o nome por trás da Näz, que aproveita os resíduos da indústria têxtil para coleções de estética minimalista. A tarefa começou a solo, mas depressa encontrou em empresas como a Riopele, Joaps Malhas, Anbievolution, A. Saraiva, J. Gomes ou Louropel aliados de peso.

O ponto de partida foi a vontade de colocar no mercado uma marca de vestuário de senhora sustentável e com um preço justo. «Porque não encontrava isso em Portugal, as marcas de moda sustentável tinham preços proibitivos», revela fundadora da marca galardoada com o Startup Voucher da IAPMEI ao Portugal Têxtil.

As coleções da Näz estão divididas em três atos: reciclado (fios e tecidos), sustentável (peças em algodão orgânico, liocel, etc.) e desperdício (da indústria têxtil), existindo apenas um desfecho possível: moda amiga do ambiente e 100% “made in Portugal”.

«A marca foi lançada há dois anos, mas o primeiro ano foi um teste de mercado, para percebermos qual o feedback e até se os modelos assentavam bem. À venda, efetivamente, estamos há um ano», explica Cristiana Costa.

Atualmente, as propostas de estética minimalista e intemporal da Näz podem ser encontradas em cinco lojas multimarca em território nacional (nas cidades de Lisboa e Aveiro, por exemplo) e em 10 pontos de venda além-fronteiras. «Mais de 90% das vendas são para fora», afirma.

Bélgica, Holanda, Austrália e EUA são os mercados internacionais da marca, que se prepara para lançar um portal de comércio eletrónico em nome próprio.

«Deverá ser lançado em março de 2018», adianta Cristiana Costa, sublinhando que, para apostar na total transparência, o portal vai incluir vídeos relativos à produção das coleções.

Das malhas da Joaps às peças em algodão orgânico da Anbievolution, dos botões reciclados da Louropel aos tecidos reciclados da A. Saraiva e ao fio reciclado da J. Gomes, passando pelos excedentes da Riopele, as coleções são conseguidas com sinergias desde cedo incentivadas pela fundadora da Näz.

«A Riopele, por exemplo, percebe que um cliente que começa no Cash & Carry, como eu, acaba numa encomenda grande», aponta. «Na temporada 2017/2018 tivemos 500 peças, mas na temporada 2018/2019 já contamos produzir 800», acrescenta Cristiana Costa, indicando que os preços das peças, a maioria produzida em atelier, variam entre os 40 euros para uma t-shirt e os 180 para um casaco de inverno.

As metas para o futuro incluem a exploração do mercado germânico, onde a Näz se estreou recentemente. A marca foi uma das expositoras do salão Ethical Fashion Show, em Berlim, apoiada pela estratégia 100% Moda Portugal do CENIT – Centro de Inteligência Têxtil. «Foi a nossa primeira feira e correu muito bem, tivemos muitos contactos», avalia Cristiana Costa.