Não-tecidos abrandaram em 2019

O mercado europeu de não-tecidos registou uma ligeira quebra no ano passado face a 2018, mantendo-se, todavia, na ordem dos 6,5 mil milhões de euros. Na UE, a Alemanha continua a ser o principal protagonista neste sector, tanto no consumo, como na produção e nas importações.

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Os dados foram avançados pela IndexBox no estudo EU – Nonwoven Fabric – Market Analysis, Forecast, Size, Trends and Insights, que explica que o valor reflete o volume de negócios total de produtores e importadores (excluindo custos logísticos, de marketing no retalho e margens dos retalhistas, que vão ser incluídos no preço final ao consumidor).

No geral, aponta o estudo, o consumo registou um padrão relativamente estagnado entre 2014 e 2019. O ritmo de crescimento foi mais acentuado em 2016, com um aumento de 4,1% em comparação com o ano anterior. «No período em análise, o mercado registou um nível máximo de 7,6 mil milhões de dólares (cerca de 6,46 mil milhões de euros) em 2018 e depois retraiu-se ligeiramente no ano a seguir», refere a IndexBox.

A Alemanha, com 384 mil toneladas, é o país que mais consome não-tecidos na União Europeia, representando 21% do total. Além disso, o consumo de não-tecidos no país é mais do dobro do registado pelo segundo maior mercado, a Polónia (190 mil toneladas). Itália, com 182 mil toneladas, ficou em terceiro lugar em termos de consumo total, com uma quota de 10%.

Entre 2014 e 2019, a taxa de crescimento média anual em volume na Alemanha situou-se em 4,2%. Nos restantes países mais consumidores, as taxas foram mais baixas, com um crescimento de 3% na Polónia e uma quebra de 8,2% em Itália.

Em termos de valor, os maiores mercados de não-tecidos na União Europeia foram a Alemanha (1,8 mil milhões de dólares), Itália (895 milhões de dólares) e França (685 milhões de dólares), que em conjunto representaram 44% do mercado. Seguiram-se a Polónia, República Checa, Reino Unido, Espanha, Países Baixos, Bélgica, Suécia, Áustria e Roménia, que cumulativamente representaram mais 45%.

Em 2019, os níveis mais elevados de consumo de não-tecidos per capita foram observados na República Checa (13 quilos por pessoa), seguida da Bélgica (5,42 quilos por pessoa), Polónia (5 quilos) e Países Baixos (4,92 quilos), valores superiores ao consumo mundial médio per capita, que estava estimado em 3,52 quilos por pessoa.

Países Baixos aumentam produção

Em 2019, a produção de não-tecidos aumentou 3,2%, para 1,9 milhões de toneladas, um valor que tinha sido atingido pela última vez em 2016, pondo assim fim a uma tendência de queda que durava já há dois anos. O volume total de produção aumentou a uma taxa média anual de 1,2% no período entre 2014 e 2019. «A tendência manteve-se consistente, com algumas flutuações registadas em alguns anos», indica a IndexBox. A maior taxa de crescimento foi em 2016, com um aumento de 7,2% em termos anuais. Como resultado, a produção atingiu um pico de 2,1 milhões de toneladas. Entre 2017 e 2019, contudo, a produção perdeu dinamismo.

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Os países com maiores volumes de produção de não-tecidos em 2019 foram a Alemanha (517 toneladas), Itália (367 toneladas) e República Checa (185 toneladas), representando, em conjunto, 55% da produção total. França, Espanha, Polónia, Suécia, Países Baixos, Luxemburgo, Reino Unido, Dinamarca e Bélgica ficaram atrás, com uma quota conjunta de 36%.

Entre 2014 e 2019, a taxa de crescimento mais elevada foi conseguida pelos Países Baixos.

Roménia destaca-se nas importações

Pelo sexto ano consecutivo, a União Europeia evidenciou um aumento das importações de não-tecidos, que subiram 3,8% em 2019, para 1,4 milhões de toneladas. O volume total importado aumentou a uma taxa média anual de 3,4% entre 2014 e 2019. Em valor, as importações de não-tecidos baixaram, segundo as estimativas da IndexBox, para 5,9 mil milhões de dólares em 2019.

No ano passado, a Alemanha (253 mil toneladas), seguida da Polónia (164 mil toneladas), Reino Unido (143 mil toneladas), França (116 mil toneladas), Itália (100 mil toneladas), Bélgica (96 mil toneladas), República Checa (94 mil toneladas), Países Baixos (80 mil toneladas) e Espanha (78 mil toneladas) foram os principais importadores de não-tecidos, sendo responsáveis por 78% de todas as importações deste tipo de artigo. Seguiram-se a Áustria (41 mil toneladas), Roménia (38 mil toneladas) e Suécia (35 mil toneladas).

No período em análise, de 2014 a 2019, os maiores aumentos foram sentidos na Roménia.

Em valor, a Alemanha, com 1,2 mil milhões de dólares, foi o principal mercado de não-tecidos importados na União Europeia, representando 19% das importações. A segunda posição foi ocupada pela Polónia (553 milhões de dólares), com uma quota de 9,3%, e a terceira pelo Reino Unido, com uma quota de 8,3%.

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Na Alemanha, a importação de não-tecidos permaneceu relativamente estável no período em análise. Já a Polónia aumentou as compras ao exterior em 3,4% ao ano e o Reino Unido baixou em 2,8% ao ano.

Em 2019, o preço das importações de não-tecidos na União Europeia situou-se em 4.147 dólares por tonelada, diminuindo 5,7% em comparação com o ano anterior. No geral, de resto, o preço das importações verificou uma quebra. Os preços médios, no entanto, variaram consoante o país. Em 2019, Itália pagou 4,843 dólares por tonelada e a Roménia 4.811 dólares por tonelada, enquanto, pelo contrário, a Polónia despendeu 3.382 dólares por tonelada e o Reino Unido 3.438 dólares por tonelada.

Entre 2014 e 2019, a taxa de crescimento mais acelerada em termos de preços foi assinalada na República Checa.