«O NanoStim tem como objetivo desenvolver um novo tipo de elétrodos secos montados em dispositivos vestíveis capazes de monitorar biossinais eletromiográficos (EMG) e fornecer estimulação elétrica multimodal sustentada, permitindo gerar eletroestimulação para músculos danificados ajustados ao paciente», define o Compete.
O projeto é liderado pela empresa IncreaseTime, num consórcio que inclui as empresas TeandM, Impetus e Nélson Azevedo – Terapias Globais, a Universidade do Minho e o Instituto Politécnico de Bragança. A nível internacional, o parceiro é a Universidade de Texas Austin, «para ajudar na integração vestível dos sensores e implementar o sistema de análise de software de biossinal baseado em Inteligência Artificial», refere a newsletter do Compete.
«A IncreaseTime tem apostado no desenvolvimento de soluções para o sector da saúde que visem melhorar a qualidade de vida dos cidadãos, com especial foco na temática do envelhecimento ativo e com qualidade», justifica Alfredo Silva, gestor do projeto NanoStim.
Segundo a Organização Mundial da Saúde, a população mundial com 65 anos ou mais vai aumentar de cerca de 524 milhões em 2010 para quase 1,5 mil milhões em 2050. O envelhecimento da população é um problema que afeta principalmente os países desenvolvidos mas «o processo também se tornou aparente recentemente em grande parte do mundo em desenvolvimento».
No âmbito do NanoStim, que tem um investimento elegível de 1,3 milhões de euros, tendo resultado num incentivo FEDER de cerca de 886 mil euros, pretende-se desenvolver «um sistema de (nano)sensores secos e flexíveis de alto desempenho baseados em filmes finos com (nano)estruturas customizadas».
O sistema será integrado numa peça de vestuário e poderá ser usado na reabilitação de lesões musculares avançadas e/ou ausência de mobilidade, sobretudo em idosos.
Idosos e alta competição
«Este sistema, controlado remotamente por profissionais de saúde, representa a possibilidade de aliar diagnóstico, terapia e reabilitação num dispositivo médico único, verdadeiramente centrado no paciente, para ser usado em qualquer lugar libertando os centros de saúde e aumentando o grau de liberdade e conforto do paciente», destaca a notícia do Compete.
O NanoStim permitirá ainda diminuir os encargos sociais e económicos. «Representa a possibilidade de levar a terapia para casa e diminuir os encargos sociais e económicos, para além de ter potencialmente aplicações no treino funcional de atletas de alto rendimento», refere.
«As deficiências motoras geralmente podem ser tratadas por procedimentos médicos, em estabelecimentos de saúde, por eletroestimulação. O uso de impulsos de estimulação elétrica controlada, comumente aplicados em sessões diárias de 10 a 30 minutos, leva a importantes ganhos de força do músculo. A possibilidade de ter uma solução centrada na pessoa, sem ajuda formal do cuidador, para ser usada por idosos, mas também por atletas, para reverter a fadiga muscular e melhorar o alto desempenho, simplifica bastante o paradigma da reabilitação, com inúmeros benefícios sociais e económicos», resume.
O sistema procede à reabilitação por electroestimulação muscular após a interpretação do sinal eletromiográfico. «A capacidade de moldar propriedades tão importantes como a condutividade elétrica ou a tenacidade mecânica numa escala nano, dez milhões de vezes inferior ao tamanho real dos sensores, associada à criação artificial de uma espinal medula por Inteligência Artificial, garante uma terapia de análise completa com a adição de correção em tempo real representando uma evolução singular no tratamento de doenças neurológicas e esquelético musculares», conclui.