«Crescer de forma sustentada é, para nós, o mais importante e é essa a nossa estratégia», garantiu Ana Pinheiro, administradora da empresa, em declarações ao Portugal Têxtil em junho deste ano. Na altura, o tema era a sustentabilidade ambiental e as preocupações da Mundotêxtil com a gestão da água, uma área que ocupa as prioridades da empresa, só superada pela sustentabilidade social. «O nosso propósito enquanto empresa é esse, é o patamar seguinte: enriquecer as pessoas e a comunidade. Tornarmo-nos uma empresa cada vez mais dinâmica, mais jovem, mais inovadora», resumiu.
São várias as iniciativas que a empresa tem nesse sentido. Agora na época de Natal, preparou «um presente especial», como descreve na sua página do Facebook, para os filhos dos cerca de 570 colaboradores. Em novembro “fez campanha” nas redes sociais para a prevenção e diagnóstico do cancro da próstata e em outubro juntou-se ao movimento “outubro rosa” para consciencializar para a prevenção e diagnóstico precoce do cancro da mama. Lançou ainda durante o verão um programa de bolsas de estudo para os filhos dos funcionários e tem dinamizado o programa Entrelaçar, pensado para desenvolver as competências de liderança nas chefias. «A nossa equipa é muito jovem em termos de chefias e é importante dotá-los de capacidade para liderar e para comunicar eficazmente com as pessoas», considera Ana Pinheiro.
Investir para inovar
A atenção da empresa está igualmente na inovação. «Caminhamos sempre para a frente. O nosso foco é mantermo-nos na linha da frente e estamos com um plano de investimento grande em termos de maquinaria, porque as ideias, todos os projetos de inovação que temos, têm que ser acompanhadas também pelas máquinas», acredita a administradora da Mundotêxtil.
A tecelagem está a receber teares novos, resultado de uma parceria com a construtora japonesa Tsudakoma, «uma parceria inédita, que excedeu largamente as expectativas», garante Ana Pinheiro. Para além de energeticamente mais eficientes, estes teares têm uma maior capacidade produtiva. «Um tear destes representa dois dos tradicionais. Um tear normal anda a 400/450 rotações, estes andam a 700/750 rotações», destaca.
Um outro investimento diz respeito ao laboratório, sendo que «um dos próximos projetos vai ser a certificação do laboratório. Temos que fazer imensos testes e era importante termos a acreditação do laboratório, agora que remodelamos tudo», salienta a administradora da Mundotêxtil.
O plano de investimento, com um valor a rondar os 5 milhões de euros, abarca ainda a confeção e a tinturaria de fio. «O investimento da tinturaria de fio está previsto para começar no próximo ano e é fundamental para nós», reconhece Ana Pinheiro.
Pensar fora da caixa
A empresa, que em 2020 faturou cerca de 33 milhões de euros, está ainda a apostar em parcerias estratégicas para impulsionar a inovação. «Temos um núcleo de investigação e desenvolvimento de onde saem as ideias, às vezes de inputs dados pelo tintureiro ou um responsável de outra área. Acaba por ser uma coisa que fermenta ali e depois sai para todos os parceiros. Gostamos de manter as portas abertas a todas as empresas, a todos os fornecedores, que podem trazer um aporte e uma visão completamente diferente e muitas vezes faz-nos pensar um bocadinho fora da caixa», explica a administradora. Aliás, sublinha, «em temos de investimento, o primeiro que fazemos é nas parcerias, quer sejam institutos, associações, universidades, fornecedores, empresas do mesmo ramo ou de ramo diferente. Tentamos ouvir todas as partes para podermos chegar à melhor solução possível em termos de projetos».
Uma estratégia para perseguir no futuro. «O nosso caminho é continuarmos a modernizar o parque de máquinas que temos, capacitar as pessoas que temos aqui dentro, investir nelas, em formação, e manter sempre o nosso foco, que é continuar a produzir melhor. Não precisamos de mais, mas de melhor e com inovação e responsabilidade, com respeito pelos recursos, que são das coisas mais importantes. Tentamos sempre inovar e melhorar o processo produtivo de maneira a que nossa produção seja cada vez mais sustentável», conclui Ana Pinheiro.