Mundotêxtil a todo o gás

Infraestruturas, tecnologia e inovação concentram os próximos investimentos da Mundotêxtil. Depois de ter aplicado 7 milhões de euros na renovação da tecelagem e da tinturaria, a gigante europeia de produção de felpos está empenhada em tornar-se ainda mais flexível e responder rapidamente às exigências do mercado.

São vários os projetos em curso na empresa, conduzida por José Pinheiro e as filhas Helena e Ana. «Estamos com um projeto para a parte produtiva e de layout da empresa», revelou Helena Pinheiro, ao Jornal Têxtil, na edição de janeiro de 2017. O valor ascende a cerca de quatro milhões de euros e poderá ser apoiado pelo Compete. «É para responder às exigências dos novos mercados», explicou. «Este edifício já não é novo. Vamos mudando o que podemos mas não podemos crescer porque temos estrada e para o outro lado temos casas – no que podemos crescer já comprámos, como o terreno aqui ao lado. Comprámos por uma questão de aumento mas também de layout, para conseguirmos responder em termos de produtividade», acrescentou.

A inovação está igualmente sempre em foco na Mundotêxtil, que atualmente emprega 585 pessoas, como prova a aplicação de estruturas de felpos a outros sectores e uma nova versão da toalha Candy, que foi um sucesso no Japão. «O que temos feito é tinto em peça e agora vamos optar por um tinto em fio», adiantou Ana Pinheiro. O trabalho da produtora de felpos, de resto, passou nos últimos dois anos e meio pela instigação à partilha do conhecimento entre todos e pela promoção da inovação interna, onde conta com um Núcleo de Engenharia do Produto. «Com dinheiro mudam-se máquinas e layouts, mas mudar pessoas e mentalidades, fazer com que as pessoas acreditem em ti e nelas é mais complicado. As pessoas que lidam com as máquinas e com o produto no quotidiano são aquelas que melhor sabem como melhorar a produtividade, o produto, como mudar um processo para tornar mais rentável ou evitar aquele erro», admitiu Ana Pinheiro.

O próximo passo, agendado para meados deste ano, são as vendas online com a marca Blank em alguns países europeus e nos EUA. «Estamos expectantes em relação àquilo que vai acontecer e por isso também optamos por não lançar o site em todo o mundo, apenas nalguns países-chave que sabemos ter boa aceitação do tipo de produto que a Blank oferece», justificou Ana Pinheiro.

Em 2016, a maior produtora europeia de felpos teve um ano em linha com o anterior, mantendo um volume de negócios a rondar os 42 milhões de euros, com exportações para 46 mercados nos cinco continentes.

Parar, contudo, é um verbo que não se conjuga na família Pinheiro. «Queremos estar sempre na frente. Temos tanta coisa para conquistar, tantos mercados novos. Chegar a países onde não estamos, criar determinado tipo de necessidades nos nossos clientes, que é o que fazemos muito agora. Como diz o meu pai: “fazer toalhas toda a gente faz, vender toda a gente vende. Agora, vender toalhas com esta paixão e com esta entrega…”. E nós temos metas, muitas metas», concluiu Ana Pinheiro.