Mulheres desencantadas com o vestuário

Um novo relatório da Mintel, especialista em informação sobre o mercado retalhista, mostra grande descontentamento entre as compradoras femininas no Reino Unido. Para o seu último estudo foram questionadas 2.274 mulheres a partir dos 15 anos, tendo a Mintel salientado os níveis de descontentamento e frustração na maioria das compradoras britânicas. Os tamanhos apresentam-se como principal causa do descontentamento, com mais de 40% das consumidoras à procura de uma maior variedade. Cerca de 35% gostaria de ver um maior número de artigos correspondente ao seu tamanho. A insatisfação atinge o ponto máximo entre as consumidoras dos 55 aos 64 anos, com quase 50% deste grupo à procura de mais variedade de tamanhos. Refira-se que no segmento das mais novas, situadas entre os 15 e os 19 anos, cerca de 21% acha ter um tamanho e peso anormal, tendo desta forma dificuldades em encontrar algo que lhes sirva. Em geral, as mulheres hoje em dia, ficam aborrecidas ao fazer compras. «A nossa pesquisa encontrou uma certa falta de inovação, no que diz respeito ao design das lojas e às próprias roupas» comenta Dominique Allport, consultora de venda a retalho. Depois dos tamanhos, a frustração mais comum é a qualidade dos vestiários, ou o que algumas lojas apelidam de gabinete de prova. O que vem confirmar a importância de experimentar as roupas para se certificar que elas servem e ficam bem. A qualidade dos vestiários preocupa particularmente 40% das mulheres entre os 15 e os 19 anos. Cerca de 3 em 10 mulheres, gostaria também que fosse mais fácil a devolução de artigos. Ter mais pessoal a ajudar é também uma reclamação feita por muitas, apesar disto ser uma preocupação particularmente entre as consumidoras de Londres. «Os retalhistas devem prestar atenção a isto, dado que é um dos aspectos mais importantes em relação ao serviço que prestam aos consumidores. Não é nada bom ter empregados nas lojas que não são úteis aos clientes», diz Dominique Allport. Do total de inquiridas, apenas 29% afirmam gostar realmente de comprar roupa, situando-se estas entre os 15 e os 24 anos, ou na fase de pré-maternidade. Poucas mulheres britânicas dizem ser vítimas da moda, e apenas 12% procuram manter-se na moda. A «caça às pechinchas» continua a ser a maior característica do mercado feminino, estando as consumidoras habituadas a procurar roupas a preços reduzidos, percorrendo todo o mercado. Quase metade de todas as mulheres questionadas afirmaram procurar artigos baratos quando compram roupa. As consumidoras de vestuário no Reino Unido, nunca foram tão exigentes. As consumidoras procuram roupas a baixos preços para eles próprios e para as suas famílias. Entretanto, tem-se notado que as consumidoras mais novas ao procurarem roupas que apresentem a última moda, optam por não investir muito dinheiro, dado que estas não permanecerão na moda por muito tempo. O mercado feminino está a tornar-se muito competitivo no Reino Unido. A competição aumentou com o crescimento sector de desconto e preços baixos, e com a invasão dos grandes supermercados. As mulheres têm agora mais poder de escolha no que diz respeito à compra de roupa, do que nunca. «Quando as consumidoras querem um tipo de roupa, não pensam mais na Marks & Spencer. Elas têm agora mais sítios onde comprar e onde procurar pechinchas,» diz Allport. O futuro crescimento do mercado de vestuário feminino, não será muito significativo. As consumidoras estão agora a gastar mais dinheiro em férias, telemóveis e produtos financeiros. Consequentemente, os retalhistas têm vindo progressivamente a sentir a pressão. Os retalhistas que têm tido sucesso no mercado feminino, terão de trabalhar mais e de desenvolver novas estratégias a nível de imagem e marca. Os tamanhos têm de estar em stock e o controle dos custos deve ser rigoroso. No entanto, para ter êxito os retalhistas têm ainda de investir nas pessoas certas e depois treiná-las convenientemente para apresentar uma boa imagem aos seus clientes,» diz Allport.