Mudanças impulsionam crescimento da ITV

Em 2022, a indústria têxtil e vestuário mundial, onde se inclui não só a produção como a distribuição e a aplicação de têxteis na moda, nos têxteis técnicos e no mercado da casa, terá atingido um valor de 1,7 biliões de dólares. Inteligência artificial, IoT e sustentabilidade terão um papel importante na evolução até 2030.

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Os números fornecidos pelo estudo Textile Industry Data Book, 2023-2030 publicado pela Grand View Research, apontam ainda para uma taxa de crescimento anual composta de 7,8% prevista entre 2023 e 2030.

«O aumento do rendimento disponível, a urbanização e o crescimento da população em mercados emergentes, incluindo na China, na Índia e no México, deverão ter um papel importante a impulsionar o crescimento do mercado», refere o sumário do estudo. «Além disso, a crescente penetração em outlets de retalho e nos supermercados dos países referidos deverá assegurar o acesso aos consumidores a produtos de vestuário. Esta tendência deverá ter um papel fundamental na procura por têxteis no período do estudo», acrescenta.

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Em 2021, a China e a Índia, que em conjunto têm uma população à volta dos 2,8 mil milhões de euros, representaram mais de 65% do volume de negócios no têxtil, sendo a quota do total da região da Ásia-Pacífico de 88%.

Já nos têxteis para a casa, onde se incluem a roupa de cama, mesa e banho, assim como estofos, a divisão por regiões é diversificada a nível de consumo, embora a China tenha uma quota de mercado de 19,5%. Seguem-se os EUA, a Índia, a Alemanha e o Reino Unido.

A China detém igualmente a maior quota de mercado no que diz respeito ao consumo de têxteis técnicos (20%).

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«Os têxteis técnicos têm testemunhado uma crescente penetração em diferentes indústrias, como o automóvel, aerospacial, marinha, saúde e construção, uma vez que oferecem várias vantagens técnicas como durabilidade, resistência e versatilidade», sublinha a Grand View Research. «Economias como a China, os EUA, a Índia e a Alemanha, com elevadas concentrações de clusters industriais, mostram um consumo mais elevado destes têxteis», acrescenta.

O segmento da moda, por seu lado, é o maior no mercado têxtil, com uma quota de 51% em termos de volume de negócios, com as previsões a apontarem para que a taxa de crescimento anual composta seja de 7% até 2030, impulsionada pela procura na Ásia-Pacífico.

Oportunidades até 2030

O estudo indica que a adoção de diferentes tecnologias, como análise de dados, inteligência artificial, Internet das Coisas (IoT) e 3D, estão a redefinir a produção de vestuário. Como exemplo, refere que a impressão 3D ganhou terreno por permitir reduzir o desperdício, um investimento procurado por melhorar as credenciais sustentáveis dos produtores. «Esforços concertados para ter um conjunto de ferramentas modernas e avançadas podem aumentar a visibilidade da moda e dos têxteis-lar», refere um comunicado da Grand View Research.

Jeans Circular 501 da Levi’s [©Levi’s]
As marcas de moda, de resto, aumentaram os seus esforços relativamente a objetivos ambientais, procurando reduzir os desperdícios de plástico e aumentar as tecnologias à base de plantas para vestuário, nomeadamente ao nível de substitutos de peles.

Tanto na moda, de que é exemplo o lançamento dos jeans Circular 501 da Levi’s, feitos com algodão orgânico e materiais reciclados, como no mercado da casa, onde a Ikea estabeleceu uma parceria com a Canopy no passado mês de março para ter viscose de produtores responsáveis, os produtores de têxteis e outros stakeholders estão a colocar uma enfâse particular na sustentabilidade, incorporando avanços tecnológicos e atividades de I&D no seu dia a dia para terem uma oferta mais amiga do ambiente. «Têxteis para moda e poliéster de base bio deverão registar um investimento substancial no mercado europeu», conclui a Grand View Research.