«O know-how de longa data da Nextil na área têxtil, aliado ao conhecimento tecnológico da Mtex NS permitiu a criação de uma máquina de tingimento digital com pigmentos naturais que utiliza integralmente o protocolo de comunicação EtherCAT, permitindo assim a integração deste equipamento num ambiente de indústria 4.0», explica, em comunicado, a Mtex.
Num vídeo sobre o conceito do equipamento, batizado Mtex Quadra, a Nextil refere a utilização de corantes ecológicos, produzidos pelo Greendyes Research Lab, e a utilização de água fria no processo de tingimento, o que permite uma poupança de 75% no consumo energético. Além da quantidade ser reduzida – equivalente um copo para cada peça de vestuário –, a água usada é ainda 100% reciclada. O tingimento não cria efluentes tóxicos e pode ser aplicado a fibras naturais e sintéticas.
«O que fizemos foi industrializar e digitalizar o processo», explica, ao Portugal Têxtil, Marco Sousa, responsável do projeto na Mtex. «Tudo o que era feito em múltiplos equipamentos, passa a ser feito apenas num equipamento, que permite que o processo seja mais rápido e completamente digitalizado», adianta.
Em vez das sete horas habituais, o processo de tingimento ficou reduzido a apenas uma hora com este equipamento, que foi igualmente uma estreia da Mtex com corantes naturais. «Foi feito de acordo com o processo usado pela Nextil mas que pode ser replicado para outras empresas, ajustado às necessidades e aos processos usados pelas mesmas», sublinha Marco Sousa.
O projeto do novo equipamento é mais uma incursão da Mtex por soluções mais sustentáveis, um conceito que tem pautado o seu crescimento com o lançamento de tecnologia mais ecológica. É o caso da Mtex Dragon, uma máquina de sublimação com transfer para calandra para impressão digital de tecidos e malhas, e da Mtex Falcon, que se alinha com os objetivos de desenvolvimento sustentável das Nações Unidas e utiliza pigmentos orgânicos para estampar tecidos de algodão e poliéster/algodão de grande formato.
O grupo espanhol Nextil, por seu lado, é composto por oito marcas, incluindo as portuguesas Playvest e Sici 93, esta última adquirida em 2018 por mais de 8 milhões de euros. Detém três unidades produtivas, emprega cerca de 500 pessoas e tem meia centena de clientes em áreas como a lingerie, swimwear, sportswear e fast fashion.