M&S desembarca em Xangai

A Marks&Spencer acaba de abrir o seu primeiro outlet na China continental, em Xangai. A loja de 3.600 m² distribui-se por quatro andares e oferece uma gama completa de vestuÁrio, artigos para a casa e produtos alimentares. Na abertura da nova loja, o retalhista enfatizou o potencial do mercado chinês e avançou que novas aberturas estão jÁ planeadas. Vemos a China como uma oportunidade a longo prazo e a loja de Xangai é o nosso primeiro passo num mercado que tem um potencial real», revelou Richard Sweet, director da Marks&Spencer China, acrescentando que a China tem um economia em rÁpido crescimento e cerca de 30% dos consumidores em algumas das nossas lojas em Hong Kong são da China continental. Adoram a nossa boa qualidade e o valor dos nossos produtos, por isso acreditamos que hÁ procura da M&S na China». Esta expansão coincide com a revelação de que o retalhista britânico quer diminuir a sua despesa em 200 milhões de libras, numa altura em que as vendas comparÁveis do segundo trimestre no Reino Unido desceram 6,1%. O presidente, Stuart Rose, descreveu a confiança dos consumidores como frÁgil» e revelou que as margens irão diminuir ainda mais devido ao aumento das promoções no retalhista britânico. As vendas totais do grupo subiram 0,4% nas 13 semanas até 27 de Setembro, mas as vendas no Reino Unido desceram 1,6%: o volume de negócios na categoria de mercadorias gerais caiu 2,9%, incluindo uma quebra de 3,5% para a venda de vestuÁrio. No segundo trimestre, as vendas comparÁveis caíram 6,1%, depois de terem jÁ registado uma quebra de 5,3% no primeiro trimestre. A mercadoria geral, que inclui o vestuÁrio, desceu 6,4% no segundo trimestre. As vendas on-line foram melhores, registando um aumento de 34%, ao passo que o volume de negócios internacional aumentou 24,2%. A confiança dos consumidores mantém-se frÁgil e o ambiente de retalho imprevisível», afirma Stuart Rose. Os consumidores estão extremamente cautelosos com os seus orçamentos. Respondemos oferecendo aos nossos consumidores melhores preços e mais promoções em todo o negócio, ao mesmo tempo que controlamos os nossos custos». A Marks & Spencer vai cortar os gastos para os 700 milhões de libras, dos 800 a 900 milhões de libras anteriormente estimados. Para 2009/2010 esperamos gastar cerca de 400 milhões de libras, com o grosso das despesas a estar concentrado na cadeia de abastecimento e nos sistemas e tecnologias de informação», revelou Stuart Rose. Ao mesmo tempo, a retalhista estÁ no centro de uma disputa legal entre o Reino Unido e as autoridades europeias. A Comissão Europeia (CE) estÁ a ameaçar tomar mais acções legais contra o governo britânico, num caso que dura jÁ hÁ muito tempo, envolvendo a tentativa da Marks&Spencer reduzir a sua carga fiscal devido a prejuízos na Europa continental. A M&S saiu da França, Bélgica e Alemanha em 2001, devido ao avolumar dos prejuízos das suas subsidiÁrias nestes países, tendo solicitado, por isso, uma redução da sua carga fiscal no Reino Unido. A direcção-geral de impostos britânica recusou o pedido e o caso foi levado ao Tribunal Europeu de Justiça, que sentenciou em 2005 que o facto da lei britânica impedir a transferência de prejuízos para a empresa-mãe viola as regras estabelecidas dentro do espaço da UE. Seguiram-se reformas da lei fiscal do Reino Unido, mas a organização britânica de técnicos oficiais de contas argumentou que as suas exigências são tão difíceis de satisfazer que serÁ praticamente impossível para qualquer empresa no Reino Unido beneficiar da nova lei». A CE ameaça agora com um novo caso no Tribunal Europeu de Justiça, afirmando que a legislação destinada a implementar a sentença relativa à Marks&Spencer, no Reino Unido, para aliviar a carga fiscal dos grupos independentemente das fronteiras impõe condições que tornam virtualmente impossível para os contribuintes beneficiarem da mesma». Se este caso avançar e o Tribunal Europeu de Justiça der provimento às queixas, o governo britânico pode enfrentar multas diÁrias de 1.000 euros até permitir que a M&S e outros grupos reduzam mais facilmente as cargas fiscais devido a prejuízos registados nas suas subsidiÁrias estrangeiras localizadas no espaço da UE.