«Metaverso. NFT. Cripto. Hiperconectividade. Descentralização. Web3. Skins. Blockchain. Uma mudança de vocabulário é sintoma de uma mudança de sistema, e o que conhecemos enquanto realidade dogmática não evoluiu à mesma velocidade que os movimentos sociais. É necessária uma implementação de valores universais intangíveis. É necessário ir para além do físico para construir o novo físico».
É assim que é apresentada a ModaLisboa Metaphysical, a próxima edição da Lisboa Fashion Week, que depois de ter já percorrido alguns lugares icónicos da capital – como a Estufa Fria, o Pavilhão Carlos Lopes ou o Pátio da Galé –, irá realiza-se desta vez no Hub Criativo do Beato, um centro de inovação para empresas criativas e tecnológicas que está a nascer num complexo de fábricas desativadas, na frente ribeirinha oriental de Lisboa. «No Hub Criativo do Beato, com os seus primeiros edifícios a abrir já este ano, a Factory Lisbon inaugura o seu polo de start-ups, empreendedorismo e inovação que vai transformar a cidade e, mesmo antes de abrir as portas a estes novos negócios, recebe a 58.ª Lisboa Fashion Week», indica a ModaLisboa em comunicado.
O evento, que é coorganizado com a Câmara Municipal de Lisboa, irá decorrer nos dias 10, 11, 12 e 13 de março e, além da apresentação em desfile das coleções dos designers, terá igualmente um programa de ações paralelas com entrada livre.
As Fast Talks, onde serão debatidos temas como a tecnologia, a sustentabilidade e novas fronteiras da comunicação, terão novidades, já que, refere a organização, «não serão apenas no formato conversa, mas trarão para a mesa outras formas de discussão. Sob todos eles, lançamos os reptos da inovação, inclusão, disrupção e transparência, criando oportunidade para os painéis de oradores e case studies – nacionais e internacionais – não só proporcionarem um diálogo formativo com a audiência, mas conseguirem atingir o ponto de ebulição de onde nascem as soluções».
No campo artístico, esta edição abrirá portas à CABANAmad, um projeto transdisciplinar que aposta na fluidez entre moda, arquitetura e design para gerar experiências imersivas e confrontacionais, descreve a organização. «Assim, a Lisboa Fashion Week será a casa do Ego Selfie Hotel with Soundbath, um módulo instalativo com performance, com curadoria de Antonio Lettieri, que vive da intersecção do real com a expansão tecnológica», que contará com obras de Atelier Contencioso, Giovanni De Francesco, Alessandro Di Giampietro, Béhen, Daniele Giannetti, Anna Grenman, Lidija Kolovrat e Marta Pombo, adianta a ModaLisboa.
Um projeto que se enquadra no mote desta edição. «Este início de uma nova fase é um evento presencial com uma crescente componente digital – é meta e é físico – em constante experimentação, que cruza as geografias da moda, da tecnologia, da inovação e da arte num caminho de encontro de práticas multidisciplinares onde se ensaiam novas possibilidades de permanência. Precisámos, nos últimos dois anos, de olhar para o real de um modo renovado, com uma série de pensamentos abertos, sem ingenuidade, mas com uma esperança limpa de resolução. Os problemas são complexos, mas a ModaLisboa será – terá de ser – um laboratório privilegiado para a sensibilidade e o espanto da criação», sublinha a organização. «A 58.ª Lisboa Fashion Week é, assim, uma conversa, um ensaio, uma discussão, uma porta para o universo dos universos», conclui.