Numa edição inclusiva, onde a idade ficou à porta, a 59.ª edição da ModaLisboa trouxe uma multiplicidade de visões do que é a moda atual. Entre estreias, regressos aos arquivos e novas propostas de nomes consagrados, a liberdade foi o mote maior para este Oasis que pretende continuar a ser refúgio dos designers nacionais.
Acampada na Lisboa Social Mitra, um espaço pensado para ser um polo de inovação social da cidade, a ModaLisboa definiu desde logo a missão para esta 59.ª edição. «Nesta travessia que fazemos juntos, chegamos ao oásis para que possamos encontrar um lugar de refúgio que se torne num lugar de soluções», afirmou Eduarda Abbondanza, presidente da Associação ModaLisboa. «Graças à Câmara Municipal de Lisboa, à qual agradecemos a parceria e cumplicidade diária, vivemos numa cidade que cresce e se transforma todos os dias. Que se torna numa incubadora de futuro, permitindo que a renovação capacite criativos, empresas e negócios para enfrentar a emergência climática e a transmutação social. Existimos num espaço livre e só assim nos é possível atravessar o deserto», acrescentou.
O certame, contudo, não esquece o passado e, nesta edição, celebrou o arquivo de Miguel Flor, com o designer, que é agora também presidente do júri do Sangue Novo, a pisar a passerelle lisboeta 20 anos depois, num trabalho realizado em parceria com João Melo Costa e Filipe Augusto.
Da mesma forma, Nuno Gama celebrou todos os homens. Num desfile que espelha o cliente atual, que «tanto é um rapaz de 15/16 anos, como um eterno jovem de 60, 70, 80 anos. Temos um cliente de 82 anos. São pessoas portuguesas, alemãs, norte-americanas, sul-africanas, australianas, japonesas, de todo o lado», como explicou o designer à Lusa, Nuno Gama marcou com um X as suas peças – que estarão já à venda – para identificar as pessoas que decidiram fazer de Lisboa um oásis. «São de todos os lados do mundo e de todos os géneros e feitios», e, sublinha, «tornam a cidade mais colorida, mais rica, mais viva e mais interessante, como é agora e não era há uns anos».
Também Dino Alves homenageou Lisboa, com os designs que fez para a Marcha da Bica a subirem à passerelle. A nova coleção é, de resto, inspirada na cultura popular portuguesa, combinando a ruralidade e o folclore com uma visão mais contemporânea.