Moda que deixa marca

Das marcas que já somaram décadas às que contam apenas meses, a moda portuguesa está pronta para quaisquer desafios aquém e além-fronteiras. Prosperando em ambientes que vão do ginásio ao local de trabalho e, claro, visitam a praia.

Em linha com as tendências internacionais e reforçando o selo da qualidade “made in Portugal”, a moda nacional está de boa saúde e recomenda-se, em várias línguas.

Ao longo de 2016, o Portugal Têxtil renovou o seu portefólio e foi apresentando as marcas que são novidade e as boas-novas das veteranas.

A Salsa, por exemplo, abriu este ano as portas ao grupo Sonae (ver Sonae compra Salsa), que adquiriu uma quota de 50% da marca portuguesa de jeanswear que, em mais uma demostração de superação, vestiu de denim a missão olímpica portuguesa no Rio 2016 (ver Olímpicos à moda da Salsa).

A Decenio está agora nas mãos da Têxtil Cães de Pedra, tem nova equipa de design e, claro, nova imagem (ver Decenio mergulha no mediterrâneo), enquanto a marca de vestuário e acessórios de homem Labrador teve direito a uma segunda vida, renascendo pela intervenção do The Edge Group (ver A nova vida da Labrador).

Os números da segunda vida da marca são positivos, de resto, desde a reabertura da primeira loja. «Em 2014 faturámos 1,1 milhão de euros, 1,5 milhões em 2015 e para 2016 estimamos uma faturação de 2 milhões de euros. Tem sido um crescimento acima de 30% ao ano», revelou José Luís Pinto Basto, CEO do The Edge Group, em junho.

O regresso da Pacifique Sud às ruas também foi catalogado pelo Portugal Têxtil, assim como o sucesso internacional da SMF, a aposta casual-sofisticada da Mad Dragon Seeker e a atualidade da Bus (ver Bus rumo ao futuro).

No âmbito das marcas emergentes, a Internet continua a ser um profícuo viveiro. Muitas das novas marcas escrutinadas pelo Portugal Têxtil em 2016 foram motivadas por viagens e, como destino, desde logo tiveram moradas internacionais. Crescem na rede e as vendas são feitas entre cliques, com encomendas expedidas para o país vizinho mas, também, para fora da Europa.

A Pitaya, por exemplo, marca com nome de fruto lançada em 2014 por duas amigas, assinou este ano uma parceria na rede, com a blogger Joana Vaz. Apaixonada por arquitetura – tema que inspirou as mais recentes propostas da marca (ver Arquitetura para vestir), a blogger contabiliza, entre o Facebook e o Instagram, cerca de 80 mil seguidores.

Já a Mary G World, considerando as preferências das millennials, apostou na customização, apresentando vestidos à escolha da cliente (ver Mary G World: moda à la carte). A proposta do “vestido ideal” passa por selecionar um dos modelos de vestido – camiseiro, curto ou maxi – e, depois, eleger entre as oito opções disponíveis de estampados ou a alternativa bordada. «O feedback desta opção tem sido incrível!», afirmou Mariana Graça, fundadora da marca, ao Portugal Têxtil.

As propostas originais da Nazareth Collection – que imprime fotografias capturadas pela fundadora da marca em peças para homem e mulher – e as peças de streetwear da Piursa também merecem uma segunda leitura (ver Piursa, mas descontraída).

O activewear, segmento do momento, continua a estimular o rasgo criativo das marcas nacionais, como é o caso da Stress Out, a investir no canal online, e da Susanagateira (ver Quando a moda encontra o fitness), que recentemente abriu portas a uma concept store inovadora na cidade do Porto.

O calçado também deu a conhecer interessantes propostas, como é o caso da Friendly Fire Shoes. Duas amigas na casa dos 20, Alexandra Castro e Rute Marques, juntaram-se à vimaranense J.A.M. Fernandes & Filhos, com mais de 20 anos de experiência no sector do calçado, e, desta sinergia entre o know how e uma ideia de expressão vanguardista renasceu, em 2015, a Friendly Fire Shoes – marca adormecida que acordou com o chamamento de luxo irreverente das duas jovens (ver Friendly Fire Shoes, irreverência aos pés).

A moda infantil está, também, a crescer e, entre as parcerias europeias da Wolf & Rita e as laçadas douradas da Malhas Carjor (ver Malhas Carjor em ouro e prata), os olhos estão postos nos petizes.

Mas, porque as temperaturas assim o exigem e a criatividade neste segmento surfa na crista da onda, o beachwear dominou, nos últimos meses, as notícias sobre marcas do Portugal Têxtil. Das práticas almofadas de praia da Caia aos versáteis encostos da Kupy, passando pelas empreitas algarvias da Companhia das Cestas e pelo fato de banho que promete um bronze uniforme da Coração Bobo (ver Coração Bobo não deixa marcas), o estilo vencedor das férias escreveu-se na língua de Camões.