Apesar de não trazerem surpresas ou serem totalmente criativas, as colecções apresentadas durante a recente edição do Fashion Rio, para a próxima estação quente, apostaram num design de moda seguro, procurando assim sobretudo agradar aos consumidores. Com clara influência internacional – uma vez que os Brasileiros já chegaram à conclusão que para atingirem o reconhecimento têm de saltar fronteiras e conquistar os mercados americano e europeu – algumas das marcas presentes na passerelle do certame carioca, como a Maxime Perelmuter, Lucas Nascimento e Melk Z-da, destacaram-se das restantes ao demonstraram personalidade e peças com estilo. Deste modo, a Maxime, apostou numa mistura "cool" de alfaiataria com modelos de linhas geométricas. Lucas Nascimento preferiu criar peças elegantes e sensuais em tricot, enquanto que Melk Z-da utilizou uma técnica essencialmente artesanal. Por seu lado, as criações da estilista Giulia Borges para o Verão 2011, por exemplo, privilegiaram os tecidos brilhantes e acetinados. A aposta desta estilista passou ainda por vestidos muito curtos e justos ao corpo. Já a marca Patachou evocou a sobriedade do seu estilo e sublimou a elegância do branco e preto na maioria dos seus modelos. Esta marca mostrou ainda modelos repletos de transparências e vestuário de ginástica à base de tricot e com cortes muito elegantes. Após ter desfilado durante vários anos no São Paulo Fashion Week Isabela Capeto foi a estilista escolhida para encerrar o Fashion Rio. O clima "hippie chique" ou "boho" foi, mais uma vez, a inspiração da estilista, que investiu numa modelagem variada, ilustrada em vestidos justos com rendas e bordados. Apesar de ser conhecido pela sua vocação para a moda praia, o Fashion Rio contou apenas com quatro desfiles do género, com a marca Lenny, a estreante Triya, a Blue Man e a Salinas. No entanto, segundo Paulo Borges, o produtor do evento, dentro de um ano, quando a próxima colecção de Verão estiver pronta para desfilar nas passerelles, o Fashion Rio estará totalmente remodelado. «O objectivo é fazer com que o Rio de Janeiro seja a capital internacional da moda praia. Para além das marcas que já desfilam no evento carioca, mais quatro brasileiras já foram confirmadas para a temporada de Inverno. O próximo passo é chamar marcas internacionais que não têm plataforma para desfilar os seus biquinis», afirmou Borges em conferência de imprensa, acrescentando ainda que a ideia não é retirar do line-up os estilistas que não desfilam moda praia. Pelo contrário, a organização do Fashion Rio pretende convidar marcas internacionais de renome para lançarem as Cruise Collections na passerelle carioca. «As colecções cruzeiro ainda não têm uma casa e eu acho que o Rio de Janeiro é um lugar que combina bem com essa linha. Sendo assim este é o nosso próximo objectivo a concretizar», concluiu o responsável pelo Fashion Rio.
