Moda mais perto das metas ambientais

Um novo relatório da United Nations Climate Change e da CDP mostra que, embora haja ainda um longo caminho a percorrer, os signatários da Carta da Indústria da Moda para a Ação Climática têm feito avanços nos seus compromissos para combater as alterações climáticas.

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O relatório analisa três anos de informação dada por 93 das 99 empresas, entre produtores, marcas e retalhistas, que assinaram a Carta da Indústria da Moda para a Ação Climática sobre as suas ações ao nível do combate às alterações climáticas e conclui que, embora nem todos estejam a fazer esforços suficientes, quase metade está a cumprir as suas promessas.

«Os signatários da Carta da Indústria da Moda demonstraram melhorias de performance em termos anuais em todas as seis categorias. Em média, os signatários tiveram melhores resultados na divulgação de indicadores comuns de mudanças climáticas do que a média da indústria. Contudo, os dados também mostram que a emergência climática continua a necessitar de uma aceleração das ações e de uma maior colaboração», indica o relatório.

Os números da CPD mostram que atualmente 45% dos signatários ativos estão a cumprir os objetivos públicos necessários para manter o aquecimento global abaixo de 1,5 ºC e há mais 17% a comprometerem-se com este objetivo.

O número de signatários que estabeleceu o objetivo de ter 100% da sua energia de fontes renováveis até 2030 aumentou de 18% para 42% entre 2020 e 2022, mas 50% não revelam esta informação. Já o número dos que disseram aprovisionar toda a sua energia de fontes renováveis quase que duplicou de 2021 para 2022. No entanto, 30% continuam sem fornecer estes dados.

Os signatários estão ainda cada vez mais a calcular e reportar as emissões do chamado Scope 3, isto é, que ocorrem na sua cadeia de valor mas que não são controladas diretamente por si. Contudo, embora 99% revelem os seus cálculos das emissões decorrentes das suas operações (Scope 1 e Scope 2), há ainda 50% dos signatários que não reportam estes números verificados por terceiros.

Os dados mostram que há um maior envolvimento com a cadeia de aprovisionamento por parte dos signatários e na informação revelada em 2022, 24 das 93 empresas indicaram que incluem exigências relacionadas com o clima nos contratos que fazem com os seus fornecedores. «É crítico para a indústria da moda unir-se e alinhar as suas ações, tanto dentro das empresas individuais como em toda a cadeia de aprovisionamento, para abrir caminho às mudanças radicais necessárias para enfrentar a crise climática», afirma Lindita Xhaferi-Salihu, que lidera o envolvimento do sector na UN Climate Change. «Ao colaborarem, as empresas podem começar o trabalho árduo de cortar as emissões e transformar o sector para um futuro renovável e com baixas emissões. O objetivo é claro: conseguir progressos significativos até 2030 e criar um novo padrão para o que significa ser uma indústria sustentável, responsável e inovadora», explica.