Moda lidera comércio online em Portugal

Um estudo dos CTT revela que, entre os portugueses que compram online, a categoria de moda ocupa a primeira posição, com um aumento de compradores face a 2022. Entre as cinco lojas online preferidas, há uma nacional no terceiro lugar.

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Segundo o CTT e-Commerce Report, a categoria moda, que inclui vestuário, calçado e acessórios de moda, é uma das mais procuradas no comércio eletrónico e continua a atrair um número crescente de consumidores online, com 80,6% a darem conta de que compraram nesta categoria em 2023, face a 80,4% m 2022.

Entre as lojas preferidas, a Shein ultrapassou a Zara e ocupa agora o primeiro lugar, com 19,6%, um aumento face aos 12,8% em 2022. A Zara surge no segundo lugar, também com 19,6% (tinha 17,4% no estudo do ano passado). A única marca portuguesa neste top cinco aparece em terceiro lugar: a Parfois reúne a preferência de 6,1% dos consumidores, uma ligeira subida face a 2022 (6%). Amazon, com 5,8%, e AliExpress, com 3,7%, completam a lista de lojas online preferidas.

O estudo sublinha ainda o crescimento das vendas em segunda-mão, com 15,6% dos consumidores a adquirirem artigos usados, em comparação com 12% no ano passado.

«Sem dúvida que a relação online-offline cresceu desde a pandemia. E com o regresso à normalidade as coisas estabilizaram, mas sempre com um crescimento mais acentuado do online em comparação com o pré-pandemia», reconhece Pedro Bordonhos, diretor de comércio eletrónico da Lanidor, numa entrevista publicada no estudo, onde acrescenta que o negócio online representa atualmente «cerca de 19% do negócio total da marca». Segundo Pedro Bordonhos, «até podemos

achar que não é muito, mas quando vemos que temos uma rede de

quase 100 lojas, este número já tem outra interpretação». Aliás, sublinha, «o objetivo do online nunca foi canibalizar as lojas, sempre olhámos para a lanidor.com como mais um touchpoint da marca, onde o foco não é apenas vender online, mas também ajudar as lojas físicas a ter mais tráfego e mais conversão». Ainda assim, «a nossa perspetiva é que, no futuro, o online continue a crescer naturalmente».

No total, em 2022 os portugueses gastaram mais de 5,3 mil milhões de euros em produtos comprados online, o que representa um recuo de 2,8 % face a 2021. No entanto, destaca o estudo, «se adicionarmos as compras em serviços que cresceram 7,5 % para mais de 4,8 mil milhões de euros, verificamos que no seu conjunto as vendas online dos portugueses cresceram 1,9% comparativamente ao ano anterior».

Para 2023, o estudo aponta para um crescimento de 2,7% face a 2022 na compra de produtos online, para 5,53 mil milhões de euros. Já a aquisição de serviços dever crescer 6 %, para 5,16 mil milhões de euros. No total, as compras online dos portugueses em 2023 poderão ultrapassar os 10 mil milhões de euros, representando um crescimento de 4,3% face a 2022.