Naturais, biológicos e provenientes de resíduos serão as principais características a ter em conta para os materiais do outono-inverno 2021/2022. À medida que o impacto dos materiais fica sob maior escrutínio, os designers e produtores têxteis irão ter de impulsionar a investigação e o desenvolvimento de sistemas circulares.
A pesquisa em áreas como a biociência, permacultura, fluxos de resíduos e digitalização está a gerar protótipos experimentais sustentáveis um pouco por todo o lado, mas a transição de conceitos especulativos para a produção escalável apenas será possível através da colaboração e do investimento concreto, sublinha o WGSN. Os materiais com base na natureza serão fulcrais, desde os cultivados em laboratório aos colhidos e usados na sua forma bruta.
Natureza
Os produtos considerados até agora apenas para nutrição estão a alimentar a indústria têxtil. A utilização de resíduos da indústria agropecuária para tingir têxteis, por exemplo, está a crescer e a ser cada vez mais valorizada. O mesmo acontece com a introdução de cogumelos e algas, que podem ainda ter um papel importante na criação de produtos biodegradáveis, como prova a t-shirt da Volleback, que é produzida com eucalipto e faia e estampada com algas.
Para esta estação, os materiais são trabalhados para parecerem brutos e escavados, chamando a atenção para o impacto da indústria mineira, ao mesmo tempo que criam uma estética pré-futurista. Esta crueza é também conseguida através das estruturas têxteis.
A tecnologia tem um papel relevante nos materiais para o outono-inverno 2021/2022, em combinação com técnicas mais artesanais para criar produtos concebidos digitalmente e superfícies com efeitos óticos tridimensionais.