Materiais de nova geração mais valorizados

O estudo Next-gen materials: A 2023 assessment of the potential for U.S .consumer adoption, realizado pela Material Innovation Initiative (MII) e o North Mountain Consulting Group, inquiriu mais de 1.000 americanos adultos e concluiu que 92% estão abertos a comprar materiais de nova geração, com 41% a indicarem que têm muita probabilidade de o fazerem e 51% a apontarem uma probabilidade moderada.

Os primeiros, que o estudo chama de pioneiros na adoção de materiais de nova geração, estão dispostos a pagar o mesmo preço das matérias-primas convencionais e 63% estão mesmo disponíveis para pagar mais. Para estes indivíduos, fatores como qualidade, sustentabilidade, custo e bem-estar animal são os principais fatores na decisão de comprar materiais de nova geração. 86% destes pioneiros indicaram que alternativas ao couro são o tipo de material que deverão comprar nos próximos cinco anos, enquanto 75% referiram penugem, 73% lã, 71% seda e 54% pelos.

O estudo descreve como materiais de nova geração as alternativas sustentáveis a produtos tradicionalmente derivados de animais, como couro, lã, penugem, seda e pelos, e a fibras sintéticas de origem petroquímica. Estas matérias-primas mais ecológicas são produzidas com ingredientes e processos inovadores, incluindo têxteis reciclados, fibras à base de plantas, algas, micélio, resíduos agrícolas, microrganismos e células animais cultivadas em laboratório, sem depender de animais e derivados.

«Este estudo mostra o interesse generalizado dos consumidores americanos na compra de acessórios de moda e vestuário, artigos para a casa e interiores de automóvel feitos com materiais de nova geração», afirma, citada pelo Just Style, Nicole Rawling, CEO e cofundadora da MII. «Se os materiais de nova geração se tornarem opções mais disponíveis e acessíveis em termos de preço no mercado americano, antecipamos que sejam vastamente adotados pelos consumidores», acrescenta.

A CEO da MII destaca ainda que este interesse em materiais de nova geração tem sido consistente, nomeadamente face ao estudo realizado em 2021. «Isto mostra-nos que apesar das dificuldades ao nível da economia, os consumidores ainda estão interessados em produtos que são melhores para o planeta e para os animais e estão dispostos a pagar mais por eles», refere. «Os consumidores que estão menos interessados em materiais de nova geração e preferem materiais de base animal parecem ser motivados principalmente pela sua inexperiência com estas novas alternativas e preocupações com a qualidade», realça. «Isto evidencia a necessidade de marcas e empresas de matérias-primas assegurarem que os seus produtos respondem à performance e expectativas de qualidade dos consumidores para assegurar a adoção a longo prazo», conclui Nicole Rawling.