Marjocri reforça produção e internacionalização

A empresa especializada em malhas exteriores efetuou novos investimentos para aumentar a capacidade produtiva, nomeadamente na tricotagem. A Marjocri está também a apostar em painéis fotovoltaicos para reduzir os custos energéticos, ao mesmo tempo que alavanca a expansão além-fronteiras.

Joana Moura

A empresa fundada há 43 anos por Ana Machado e António Vieira tem vindo a reforçar a suas credenciais industriais e comerciais e, nos últimos dois anos, tem feito novas apostas. «Sentimos a necessidade de ir lá para fora, de procurar outros mercados, outros negócios», afirma Joana Moura, diretora de mercados internacionais da Marjocri.

A Munich Fabric Start foi a feira internacional escolhida para dar estes primeiros passos na internacionalização, com a empresa a fazer a sua primeira participação em plena pandemia, em setembro de 2020. Foi, de resto, essa experiência que fez com que a Marjocri voltasse a apostar na produção interna. «Quando fomos fazer a primeira feira em Munique, percebemos que era um mercado que consumia bastante este género de produtos», explica ao Portugal Têxtil.

Com presença na Alemanha, Países Baixos e Espanha, a Marjocri tem atualmente 25% das suas vendas nos mercados externos. E para acompanhar este crescimento, «adquirimos novos equipamentos, mais modernos e atualizados», revela a diretora de mercados internacionais. Quatro novas máquinas de tricotagem juntaram-se a 14 outras, a que se somam tecnologias de acabamentos, prensas e lavandaria, num investimento que rondou os 200 mil euros nos últimos dois anos. «É vontade de fazer. Temos que ser empreendedores, porque se não formos, vamos estar sempre à espera que os outros façam por nós e isso deixa de fazer sentido», considera.

A empresa está ainda a trabalhar num «projeto para a instalação de painéis fotovoltaicos», numa tentativa de reduzir os custos. «Estas novas máquinas já são muito mais económicas, as antigas têm um consumo muito superior. Optamos sempre por equipamentos mais económicos em termos de consumo de energia», até porque a eletricidade «tem um peso muito grande na produção», aponta Joana Moura.

Crescer e consolidar

Com uma capacidade produtiva atual à volta de 1.000 peças por mês em cada jogo, totalizando cerca de 15.000 por ano, as metas traçadas para a Marjocri passam pela duplicação, tanto de volume de produção, como de volume de negócios. «Queremos chegar às 30 mil a 40 mil peças por ano», admite Joana Moura, que para isso antecipa a aquisição de mais 12 máquinas de tricotagem, para um parque que chegará, nos próximos dois anos, aos 30 equipamentos. «O facto de estarmos a ganhar quota de mercado e clientes novos – clientes que nos dão confiança a trabalhar – ajuda-nos a ter coragem para investir», reconhece a diretora de mercados internacionais. Nos planos está ainda a exploração de mais latitudes, especialmente no norte da Europa. «A Finlândia, e toda a Escandinávia, será o nosso objetivo em termos de mercados novos», adianta Joana Moura. «Todos eles dão destaque a este género de produtos que somos capazes de fazer e são mercados que valorizam a qualidade», salienta.

Até 2024, o alvo da empresa, que nos últimos dois anos registou um crescimento anual de 20%, é ainda «ultrapassar o que faturamos no mercado interno e dobrar o que faturamos lá fora, porque a potencialidade é imensa», acredita Joana Moura, avançando ainda com a intenção de «duplicar a faturação», para 2 milhões de euros.