Maria/Maleta vai com todas

Tem nome de mulher, foi fundada por duas e quer ser a aliada da frente feminina urbana. A Maria/Maleta nasceu numa dessas longas conversas de verão entre duas amigas e, agora, a marca portuguesa de bolsas que aposta no fabrico artesanal, de São João da Madeira para o mundo, vende “Marias” reversíveis ou mesmo à escolha da cliente.

«Numa tarde de verão e de calor, entre conversas informais, a ideia de criar uma marca de bolsas em pele 100% portuguesa começou a ser tema. De uma forma muito natural, eu e a minha amiga de vida (e agora sócia) Daniela Marques, começámos a pensar numa forma de podermos ter um projeto juntas», revela Ana Neto, a cofundadora da Maria/Maleta, ao Portugal Têxtil.

Da informalidade da conversa nasceu aquele que acabaria por ser um dos projetos de vida das duas amigas que, depois de elaborarem os primeiros protótipos, reconheceram quão séria e longa se poderia vir a tornar aquela tarde de descontração.

Com ligação familiar à indústria do calçado, as cofundadoras decidiram explorar então o universo das bolsas por considerarem que, nos acessórios, tinham «mais espaço para marcar a diferença». E a Maria/Maleta nasceu, há dois anos e meio – como diz o portal online da marca: «há malas que vêm por bem».

«Acabamos por ser ambas a desenhar a carteira, tendo como base o conceito inicial, uma mulher, uma mala, dois lados para se revelar», conta Ana Neto sobre a versatilidade das peças, que, talvez pelo facto de serem pensadas por duas cabeças, têm dupla personalidade – todas as bolsas permitem duas utilizações distintas.

A juntar-se a estes dois lados, a Maria/Maleta confere ainda uma terceira forma de expressão às suas peças. A cliente pode escolher a sua Maria, «desde a cor da pele, até à textura ou a cor do elástico e alças», alternativa que tem conhecido «muita adesão».

Sem coleções sazonais, a Maria/Maleta tem, de momento, todos os seus modelos disponíveis na loja online. «Apresentamos desde o nosso primeiro modelo, a clássica clutch reversível, até bolsas de ombro, cinta e mochilas», refere a cofundadora da marca, que destaca que a linha mais vendida é a “Backpack”, o modelo para carregar às costas.

A marca, «que tem vindo sempre a crescer», considera que o mercado internacional está a ganhar cada vez mais peso nas vendas digitais. «Os pedidos são maioritariamente da Europa Central, mas já tivemos também dos EUA e de Bali, por exemplo», indica.

A par do ambiente online, a marca produzida à mão pelas duas fundadoras, «com a ajuda de uma costureira», em São João da Madeira, terra natal de Ana Neto e Daniela Marques, ocupa também prateleiras físicas, como acontece no espaço The Feeting Room, no Porto. «E já tivemos uma pop up store, que decorre normalmente na altura do Natal, no coletivo chamado #Portobrands», acrescenta Ana Neto. O leque de preços das Marias começa nos 60 euros e pode ir até aos 190, à exceção dos pedidos personalizados.

As propostas da Maria/Maleta são todas feitas em pele, mas Ana Neto sublinha que a marca não recorre à «pele de animais exóticos/ou em vias de extinção», elucidando que as peles usadas «são as mesmas usadas no calçado e maioritariamente pele de vaca».