A primeira incursão nas vendas online «não correu como esperávamos», assume Carlos João Guedes, diretor comercial da empresa. Na altura, para não entrar em conflito com os retalhistas que distribuem a marca, «criámos uma linha Limited Edition, com peças de uma gama ligeiramente superior e limitadas, para distinguir do mercado nacional, mas não funcionou», explica ao Portugal Têxtil. «Obrigava, a nível de logística e produção, a muito trabalho, e não conseguimos fazer o que pretendíamos», acrescenta.
Agora com mais experiência e uma nova estratégia, que terá como base «tentar interligar o mercado nacional com o online», a Triple Marfel chegará ao mercado virtual em janeiro de 2022. «Decidimos relançar, desta vez com a aprendizagem que tivemos da primeira tentativa e esperamos que, no início do próximo ano, esteja a 100%», revela Carlos João Guedes.
Além das camisas e polos em malha, a Marfel tem igualmente apostado nos pijamas «e temos sentido uma afluência muito forte para este tipo de pijama de homem e senhora». A empresa, de resto, tem procurado «alargar o leque de produtos. Apresentamos aos clientes, eles reconhecem a nossa qualidade e ficam predispostos a experimentar os novos produtos», afirma Carlos João Guedes.
De start-ups a nomes estabelecidos
Apesar da marca própria estar vocacionada para o mercado masculino, em private label a empresa produz também artigos de senhora – numa proporção que, atualmente, será de 50%-50% –, sempre para clientes de um mercado de gama média-alta, sejam marcas bem estabelecidas ou start-ups. «Tivemos, como foi um pouco transversal a todas as empresas, uma afluência muito grande de start-ups. Nós facilitamos bastante e apoiamos as start-ups porque trabalhamos de uma forma praticamente vertical, podemos ajudar na compra dos tecidos – muitas vezes não há possibilidade de elas comprarem os tecidos, por causa dos mínimos, mas nós temos tecidos em armazém e propomos ao cliente. Também temos a capacidade de desenvolver os moldes. É fácil, para elas, trabalhar connosco. Além disso, temos clientes bastante antigos, com 20 ou 30 anos de casa, que pretendemos manter por muitos mais anos», realça o diretor comercial.
O ano de 2021, por seu lado, tem sido de recuperação, «sobretudo no mercado americano, nos nórdicos também», aponta.
Atualmente, o Norte da Europa é o principal mercado, seguido dos EUA, que tem estado a crescer. «No mercado americano temos marcas que não são tão conhecidas na Europa, mas que, dada a dimensão, representam um crescimento muito bom para nós», confessa o diretor comercial. O foco atual, contudo, está na Alemanha. «A nível de private label pretendemos conquistar o mercado alemão e os países que estão próximos, como a Áustria e a Holanda. Queremos também aumentar a nossa presença nos EUA», enumera.
Quanto à marca própria, a internacionalização «é algo em que estamos a trabalhar». Além disso, «uma vez que vamos lançar uma loja online, obrigatoriamente teremos de repensar toda a parte do marketing para ter uma presença mais forte nas redes sociais e também para canalizar uma faixa etária mais jovem», conclui Carlos João Guedes.