Em 1968 quando tinha 14 anos, Isak Andic estabeleceu-se em Barcelona, cidade onde criou o gigante têxtil e comercial baptizado Mango. Num seminário realizado, a semana passada em Nova Iorque, sobre a capital catalã, organizado pela Queen Sofia Spanish Institute of New York, Andic revelou que está em negociações com o presidente da Câmara de Barcelona, Jordi Hereu, para juntar à sua marca o nome da cidade onde foi fundada. Sem datas concretas, o empresário deixou no ar um «para muito em breve» como resposta à concretização da mudança. A “nova” marca Mango Barcelona «chegará primeiro aos sacos e só depois aos rótulos das 1080 lojas abertas em todo o mundo», como explicou o empresário, afirmando que «rapidamente vão haver pessoas em 90 países que tenham sacos da marca, nos quais se vai poder ler o nome de Barcelona e tornar a ideia numa realidade». Andic defendeu, ainda, o papel da cidade catalã «como centro histórico de design que a torna distinta e relevante e um orgulho para qualquer marca». Deste modo, a Mango Barcelona será associada a uma cidade, da mesma forma como aconteceu com nomes da alta-costura, como a Prada que está ligada a Milão ou a Donna Karan e Carolina Herrera que usam a imagem de Nova Iorque. Porém esta não será a única mudança para o conhecido grupo de moda espanhol. Andic recordou que vai lançar uma linha masculina, para a próxima estação quente, que se chamará “He by Mango”. «Inicialmente o produto estará presente em 180 lojas, mas no futuro será uma linha independente separada da de moda feminina», explicou o empresário, acrescentando que «foi uma aposta muito pensada e acreditamos que tem potencial para ser uma linha independente capaz de cativar os clientes mais exigentes». Mostrando sempre um optimismo realista, Andic aproveitou igualmente a conferência para afirmar que a sua empresa emprega 7.500 pessoas directamente e 23.000 pessoas indirectamente e que vai duplicar a sua facturação actual de 1.300 milhões de euros nos próximos quatro ou cinco anos. Isto porque a Mango tem em vista manter o ritmo de abertura de lojas, em quase todo o mundo, de 150 estabelecimentos ao ano. Uma das aberturas mais badaladas e também mais recentes foi em Nova Iorque, cidade onde a marca ainda não tinha apostado. Situada numa das zonas mais comerciais da Broadway, no emblemático edifício Singer Building, a Mango partilha o espaço ao lado de nomes da moda como a Espirit, a Banana Republic, a Club Monaco, a Armani Exchange, a Prada e também a Zara. Esta loja faz parte do plano de expansão da Mango, que pretende abrir lojas nas cidades mais importantes da costa leste e da costa oeste dos EUA Deste modo, grupo catalão pretende acelerar a sua expansão internacional, iniciada em 1992 em Portugal e que lhe permite hoje estar presente em 90 países com 1.057 espaços comerciais. Os 1.300 milhões de euros de facturação e o efectivo de 7.500 pessoas fazem com que a Mango seja actualmente o segundo maior grupo na moda espanhola, a seguir à Inditex. O modelo de negócio da Mango assenta numa rede de franchisados, no outsourcing integral de toda a sua produção nos países asiáticos e numa arquitectura de sistemas de informação sofisticada que permitem que a os artigos sejam colocados nas lojas com extrema rapidez sempre numa base de consignação. A empresa possui centros logísticos em Barcelona, Hong Kong, Shangai e em Nova Jérsia. Um quarto da sua força de trabalho encontra-se localizado na sede de Barcelona.