Fundada em 1969, a Malhas Carjor decidiu antecipar as comemorações dos 50 anos da empresa e soprou já a primeira vela. A “Gold Collection” com gramas de ouro e prata incorporadas em botões, ou mesmo em fios, está já a ser ensaiada dentro de portas, mas quer ser levada para o mercado árabe, africano e asiático a curto prazo. «À saída da fábrica são peças para custar entre os 200 euros [num casaco com prata] e os 850 euros [numa manta com ouro]», revelou o diretor comercial, Honorato Sousa, na edição de março do Jornal Têxtil. «São peças para vender em mercados muito especiais, como o caso dos Emirados Árabes Unidos», localizações que a Malhas Carjor já pisou anteriormente, mas que só agora sente ter o produto certo para uma conquista efetiva. «Já lá estivemos, mas os nossos produtos não tinham muita procura, porque são mercados que querem coisas diferentes e únicas. Agora desenvolvemos esta pequena linha para apresentarmos algo que não há», explicou Honorato Sousa, que acrescentou que se trata de artigos por encomenda. «A nível de produção, se o cliente quiser, fazemos uma peça», sublinhou, referindo ainda que a coleção envolve 50 modelos, pensados para várias idades.
Atualmente mais de 90% da produção das Malhas Carjor têm como destino os mercados externos e, dentro da Europa, Espanha, Itália e França recebem 80% da fatia de exportação, 15% têm como destino países como a Irlanda, Inglaterra, Holanda e Dinamarca, e os restantes 5% estão reservados «a mercados de nicho», sendo que a empresa tem já um agente no Dubai.
A par das novas peças com ouro e prata, a produtora de vestuário em malha tem já em funcionamento um novo departamento dedicado exclusivamente ao desenvolvimento de coleções completas. «Criámos um novo departamento com quatro pessoas só para este tipo de coleções», afirmou Honorato Sousa. «Portanto, neste momento temos três áreas de negócio: o private label, a “Gold Collection”, com os metais preciosos, e a área de desenvolvimento e produção de coleções, sendo que a produção pode acontecer ou não», explicou. «Estou a ter um feedback muito bom, não estava à espera», acrescentou.
Com um efetivo de cerca de 80 pessoas e uma produção diária de 2 mil peças de exteriores para bebé (0-3 meses) e criança (até aos 16 anos) – mantas, casacos, luvas e gorros –, as matérias-primas como o algodão orgânico e a caxemira são as que têm experimentado mais sucesso junto dos clientes.
Em 2015, o volume de negócios da Malhas Carjor manteve-se semelhante ao exercício anterior, nos 2,5 milhões de euros, até porque o principal objetivo é «manter a faturação e aumentar as margens de lucro», afirmou o diretor comercial.