Lençóis em jersey e mantas polares são as estrelas do portefólio de têxteis-lar da Crispim Abreu, que trouxe a moda da malha para as camas, sobretudo além-fronteiras. «A ideia dos lençóis de jersey, especialmente das capas do colchão, já era antiga, mas nós aperfeiçoámos o produto», explicou Virgínia Abreu, num artigo publicado na edição de janeiro do Jornal Têxtil. Se no início se estranhou, a moda pegou e entranhou-se nos consumidores, com a CEO a revelar que atualmente há uma maior adesão. «As pessoas cada vez gostam mais e aderem mais. Há pessoas que até querem ter acesso ao produto e nem têm, porque não é tão divulgado em Portugal, é mais em Espanha e França», acrescentou.
Beach House e Marimekko são algumas das marcas que recorrem à Crispim Abreu para este tipo de têxteis-lar. «Tenho todas as marcas nórdicas a trabalhar comigo, vários clientes que adoram e que são antigos e contínuos. Tenho clientes há 15 anos, que começaram pequenos e hoje são enormes. É um produto especial mas de continuidade e dá-me uma grande satisfação fazer algo que os clientes gostam», afirmou Virgínia Abreu.
Sempre atenta ao “l’air du temps”, a Crispim Abreu tem vindo a realizar investimentos constantes para melhorar o negócio sob todos os prismas. Este ano não será exceção, com o foco na mudança do «nosso layout interno, algumas obras dentro da própria estrutura, modernizar mais coisas, mais máquinas. Já começámos», adiantou a CEO da Crispim Abreu.
Com a ajuda dos filhos, João e Crispim José Abreu, as novas tecnologias foram sendo facilmente implementadas. «Felizmente os meus pais são pessoas modernas e eu até acredito que para estar neste negócio a este nível, como o deles e de outras empresas do género, as pessoas têm de ter uma visão à frente, no que diz respeito a aplicar novas tecnologias, a aplicar abordagens diferentes de negócio, a boa utilização da web», apontou Crispim José Abreu.
A Crispim Abreu, que emprega 200 pessoas e, em 2016, registou um crescimento de 13% no volume de negócios, para cerca de 30 milhões de euros, 10% dos quais realizados nos têxteis-lar, está ainda a apontar baterias para mercados como a Ásia e os EUA. «Na Ásia estão a aparecer alguns clientes interessantes. Japão, Coreia e até China já nos compraram», revelou Virgínia Abreu. Os mercados nórdicos, como a Escandinávia e a Holanda, são os principais destinos dos têxteis-lar produzidos pela empresa fundada há 36 anos, que está também a reabrir portas nos EUA. «Estivemos parados muitos anos porque os clientes americanos foram embora. Agora estão a aparecer outra vez e a comprar, essencialmente malha e vestuário, e estamos sempre prontos a servi-los», admitiu a CEO.
Quanto ao futuro, equacionam-se novos mercados, novos clientes e até novos negócios. «Tanto eu como o meu irmão gostávamos de ter uma empresa que se pudesse dar ao luxo de ter uma intervenção social muito maior», destacou Crispim José Abreu, apontando a área da formação como um exemplo. «A responsabilidade social é a maior motivação que um empresário dos novos dias pode ter», concluiu.