Mais vendas e menos lucros

O lucro da maior retalhista de vestuário do mundo, a Inditex, caiu 7,3% no primeiro trimestre, a maior quebra em cinco anos, depois da valorização do euro ter afetado a dona da Zara em alguns dos seus mercados mais lucrativos. O lucro no período entre fevereiro e abril foi de 406 milhões de euros, o que ultrapassou as expetativas, com o Ebitda (o lucro antes de juros, impostos e depreciação) a descer 2,3%. As vendas subiram 4,3%, para 3,75 mil milhões de euros. Uma sondagem da Reuters antecipava um lucro de 383 milhões de euros, um Ebitda de 721 milhões de euros e vendas de 3,79 mil milhões de euros. A Inditex, que detém marcas como a Massimo Dutti e a Stradivarius, revelou ainda que as vendas para o período entre 1 de fevereiro e 8 de junho subiram 11%. O iene japonês, a lira turca e o rublo russo perderam entre 14% e 21% em comparação com o euro no ano passado, afetando o lucro da retalhista espanhola em mercados onde cobra preços mais altos. Todas as suas marcas de retalho prosseguiram a sua expansão internacional, com a retalhista a ter agora 6.393 lojas em 88 mercados – tendo aberto 53 lojas em 26 países no primeiro trimestre. Dessas, a Zara abriu lojas em 19 países, todas com o novo conceito de loja, enquanto a Pull & Bear abriu lojas em 12 mercados. A Stradivarius estreou-se no Japão no primeiro trimestre e está a preparar o lançamento no Reino Unido ainda este ano. Mas não é só com lojas físicas que a Inditex se está a expandir. A empresa está a pensar lançar a sua plataforma de comércio eletrónico da Zara na Coreia do Sul e no México em setembro, para somar aos 25 países onde a marca já vende online, ao mesmo tempo que alarga a sua oferta online na China com o lançamento de uma loja Zara na plataforma Tmall para o outono-inverno 2014/2015. O analista do Bernstein, Jamie Merriman, destacou que «continuamos a acreditar que a Inditex tem o melhor modelo de negócio no retalho de moda e que há uma oportunidade significativa para a abertura de lojas para a Inditex no futuro. Esperamos que eles atinjam os objetivos a médio prazo de um crescimento de 8% a 10% de área de venda no médio a longo prazo (pelo menos nos próximos sete anos)». Face aos resultados, a retalhista vai propor uma divisão de ações 5-para-1 na sua assembleia anual, uma medida tomada muitas vezes pelas empresas quando o preço das suas ações é muito alto. Os acionistas vão receber a 25 de julho cinco ações por cada ação que tinham no encerramento do ano fiscal. As novas ações irão começar a ser negociadas a 28 de julho. As ações da Inditex atingiram a marca dos 100 euros há cerca de 18 meses atrás e têm mantido esse nível desde então, tendo atingido um máximo recorde de 121,8 euros no final de outubro. A 10 de junho encerraram a 110,25 euros.