O estudo do banco helvético descobriu que a riqueza de todos os indivíduos definidos como ativos, como rendas, imóveis, poupanças e investimentos menos dívida caiu 5% em termos de dólares para os 223 biliões em meados de 2012 em relação ao mesmo período do ano anterior. O principal motor da queda foi a Europa, onde a riqueza diminuiu 14% em termos de dólares. Mas o estudo também atribuiu a queda às recessões económicas numa ampla gama de países, aos preços mais baixos de capital e mercados de habitação relativamente moderados. Enquanto isso, a riqueza na China cresceu 3% em termos de dólares, o maior vencedor deste ano, segundo o Credit Suisse. A taxas de câmbio constantes, a riqueza global cresceu 1% no período, o menor aumento desde a crise de 2007/08. O relatório notou que o sector europeu de bens de luxo tinha-se mostrado resistente, apresentando um crescimento orgânico, que exclui aquisições, a uma alta percentagem de dois dígitos, nos 12 meses até 30 de junho. Mas o Credit Suisse disse estar a observar com cautela o segundo semestre de 2013, prevendo que o crescimento de primeira linha iria abrandar para os 7% a 8% com «um alto nível de incerteza e sem perspetivas visíveis de aceleração do crescimento até ao segundo semestre de 2013.» O relatório referiu que o fraco ambiente macroeconómico na Europa, o aumento da tributação para os ricos e a erosão da riqueza, deverão prejudicar as vendas de produtos de luxo na região, uma tendência que seria ligeiramente atenuada pelos turistas consumidores, oriundos de mercados emergentes. O relatório também previu que o impulso das vendas na China principal motor de crescimento do mercado de luxo – deverá ser afetado por uma desaceleração económica e uma retração de dar presentes, que continuam a pesar sobre as vendas de luxo na China, até que a mudança na liderança do país fique completa. O dirigente do Partido Comunista da China está a preparar-se para uma transição de liderança que poderá implicar mudanças nas políticas do país e da economia. Este relatório surge após a empresa de consultoria Bain prever que o crescimento global de vendas luxo cairia para 5% a câmbio constante este ano, dos 13% registados no ano passado. Enquanto isso, a última atualização de resultados da LVMH, o maior grupo mundial de produtos de luxo, mostrou uma desaceleração no crescimento das vendas em cadeia no terceiro trimestre, à medida que chineses e europeus cortam os gastos. O relatório do Credit Suisse prevê que a riqueza total das famílias cresça 8% ao ano em média nos próximos cinco anos, impulsionada por mercados emergentes como: China, Brasil, Malásia, Rússia ou Índia. A média de riqueza por adulto deverá aumentar para 67.000 dólares em 2017 a partir dos 48.500 dólares em 2012. Atualmente, os consumidores de mercados emergentes representam cerca de 50% das vendas para as grandes marcas de luxo, uma proporção que o Credit Suisse espera vir a aumentar dada a mais rápida criação de riqueza nos mercados emergentes. A China deverá superar o Japão como o segundo país mais rico do mundo em 2017, enquanto os Estados Unidos deverão manter a sua posição de liderança, refere o relatório. O documento também revela que os Estados Unidos são ainda o maior mercado de luxo individual no mundo exceto para relógios , mas em relação à riqueza agregada do país, a penetração de produtos de luxo europeus é menor do que em outras regiões. «Parte disso é cultural, parte é o reconhecimento da marca e parte é uma oportunidade de penetração de longo prazo para as marcas de luxo europeias», indica o relatório. De salientar ainda o facto de o estudo revelar que os gastos com produtos de luxo em relação aos níveis de riqueza ou ao número de milionários, continuam a ser muito maiores na Ásia e em menor dimensão na Europa e no Japão.