O governo paquistanês estÁ a planear adoptar o modelo de produção de algodão do Brasil para atingir o objectivo de uma produção de 14,11 milhões de fardos de algodão na colheita do Outono-Inverno 2008/2009, numa Área de cultivo de 3,2 milhões de hectares. As expectativas actuais apontam, contudo, para uma produção de algodão de 11 milhões de fardos no Punjab, 0,63 milhões em Sindh, 0,01 milhões de fardos na província noroeste e 0,1 milhões de fardos no Balochistan. O objectivo de produção de algodão para 2007/2008 estava inicialmente fixado em 14,14 milhões de fardos, tendo sido revisto duas vezes, a agora espera-se apenas 11,6 milhões de fardos. As principais razões para esta produção mais baixa foram, de acordo com responsÁveis do Ministério da Alimentação, Agricultura e PecuÁria, as cheias, a chuva, pragas de cochonilha, vírus Geminiviridae que afectou as folhas do algodão (Cotton Leaf Curl Virus – CLCV) e o uso de sementes de fraca qualidade. De acordo com o recente relatório da Pakistan Cotton Ginners Association, as entradas de algodão nas fÁbricas de processamento até 1 de Fevereiro eram equivalentes a 10,644 milhões de fardos, contra os 11,928 milhões de fardos registados na mesma data do ano passado, o que significa uma quebra de 10,77%. No entanto, os responsÁveis afirmam que o algodão estÁ ainda a chegar a essas unidades e que os dados finais só estarão disponíveis durante o corrente mês. De acordo com o feedback recebido das fiações e exportadores de algodão em bruto, os responsÁveis governamentais afirmam que hÁ cada vez mais preocupações com a qualidade do algodão. Com efeito, o preço do algodão no país foi bastante mais alto que no ano transacto. Durante esta estação, os preços da semente de algodão situaram-se nas 1.453 rupias por 40 Kg, um valor substancialmente mais elevado que o preço médio de 1.164 rupias do ano passado. Sobre a proposta para os objectivos da produção de algodão de 14,1 milhões de fardos para o ano 2008/2009, os responsÁveis consideram que se deve procurar uma abordagem em colaboração, incluindo uma melhoraria na produção e na qualidade do algodão do Paquistão. Para isso, uma referência ao modelo brasileiro de produção de algodão para aprender as lições da experiência deste país sul-americano pode não estar fora de hipótese. Segundo os responsÁveis paquistaneses, o sector do algodão do Brasil transformou-se e recuperou a sua posição no mercado, com o país a passar, num período de tempo relativamente curto, de importador para um dos maiores exportadores mundiais de algodão. Segundo os responsÁveis, o Governo tem, assim, de investir mais em investigação e desenvolvimento no âmbito do algodão, tendo o Brasil como modelo para melhorar a produção desta matéria-prima. O nível médio actual (719 kg em comparação com os 1.334 Kg/ha no Brasil) pode, de facto, ser significativamente melhorado com o uso de sementes certificadas de variedades aprovadas e o uso equilibrado de fertilizantes. Para atingir o objectivo de algodão proposto para o ano 2008/2009, o Governo propõe aumentar a Área de cultivo nas províncias do noroeste e do Balochistan e jÁ estabeleceu uma proposta de plano de acção para aumentar a produção de algodão. De acordo com o plano, a Área de cultivo de algodão irÁ aumentar para, pelo menos, os 3,2 milhões de hectares. Outros factores da nova estratégia para o algodão incluem uma acção para disponibilizar 63 mil toneladas de sementes certificadas de diversas variedades de algodão aprovadas. As plantações tardias vão ser desencorajadas e a população de plantas deve aumentar das 18.000 para as 20.000 por acre através de uma taxa de sementes mais elevada e replantações atempadas, se necessÁrio. Os subsídios nos fertilizantes de fosfato e potÁssio irão manter-se para encorajar um uso equilibrado dos mesmos. Os agricultores vão também ser encorajados a adicionar micro-ingredientes ao solo para uma maior retenção de flores e bolbos. A estratégia é assegurar a disponibilidade de pesticidas adequados e específicos para insectos ao longo do crescimento e período de desenvolvimento da colheita, sobretudo para combater a cochonilha e a mosca branca. No que respeita à situação mundial do algodão, os responsÁveis revelaram uma quebra de 3% no nível de produção internacional estimado para 2007/2008, ficando-se pelos 118,8 milhões de fardos, devido essencialmente a um declínio da Área de cultivo mundial, que passou dos 1,2 mil milhões de hectares para apenas 33,6 milhões de hectares. As previsões para 2007/2008 apontam igualmente para uma diminuição de 12% da produção de algodão nos EUA, 3% na China, 11% no Paquistão e 12% na Turquia. As boas notícias surgem da parte da índia, que deverÁ apresentar um aumento de 11% na produção, para um nível recorde, e do Brasil, com um crescimento de 5%.