«Temos uma imagem que é má e que não acrescenta valor nem ao País nem aos produtos nacionais”» afirmou Luís Neto presidente do ICEP – Investimento, Comércio e Turismo à agência Lusa, na sessão de abertura do “Exportar 2001 – Fórum de Apoio à Internacionalização”, citado pelo Diário de Notícias. A má imagem de Portugal no estrangeiro deve-se, na opinião de Luís Neto, ao facto desta ser desactualizada, antiga, imobilista e quase autofágica. Daí que uma das grandes dificuldades da actividade do ICEP no estrangeiro, disse o presidente da instituição, tem sido «a diferença entre o que é a realidade portuguesa e a sua percepção no exterior». «Portugal tem capacidades ao nível empresarial e económico, mas isso não é conhecido na maior parte dos locais no estrangeiro». O conhecimento torna-se essencial, «quando nos debatemos com concorrentes, nomeadamente do mundo civilizado, cujas marcas do país acrescentam valor». «Um comerciante não hesita em comprar uma T-shirt italiana se a alternativa for a portuguesa», explica Luís Neto. Segundo este responsável, a marca Portugal, em alguns casos, ainda retira valor à mercadoria. Luís Neto sublinhou o empenho do ICEP em contribuir para a valorização da imagem do País, de forma a abrir as portas às empresas. Para isso, iniciará já em Outubro o programa «Vender em Espanha». Ludgero Marques, presidente da Associação Empresarial de Portugal, concordou em declarações no mesmo fórum, que «a imagem de Portugal tem de ser melhorada, porque não está defendida nem projectada». Vítor Santos, secretário de Estado Adjunto do ministro da Economia, anunciou que o Governo vai exigir maior qualidade no investimento directo estrangeiro em Portugal, sobretudo o que é apoiado pelo Estado. E alertou para a necessidade de uma posição pró-activa do ICEP no sentido de incentivar o investimento de qualidade e estruturante. Portugal, na opinião de Vítor Santos, deverá ser um dos investidores de maior peso em Espanha, uma vez que este país é actualmente o maior cliente externo de Portugal.