Mad The Label instala-se no mercado ibérico

A primeira coleção da marca da Top Trends, para a primavera-verão 2023, foi bem acolhida no mercado e está a conquistar clientes em Portugal e em Espanha, os mercados de eleição para o futuro próximo.

Daniel Simões

Lançada no segundo semestre do ano passado, a nova marca da Top Trends está a dar passos firmes no mercado e a primeira coleção, para a primavera-verão deste ano, confirmou o conceito adotado. «A coleção foi muito bem recebida e foi ao encontro das nossas expectativas», confirma Daniel Simões, diretor-geral da Top Trends.

Posicionada num segmento de mercado mais alto do que a MDS – a marca anterior da empresa, entretanto descontinuada –, a Mad The Label está a alargar a carteira de clientes, recuperando alguns retalhistas que vendiam a MDS, mas também angariando novos. «Tivemos localidades em que foi começar do zero, encontrar um parceiro novo para representar a marca, porque o que tínhamos não tinha clientes para o target que definimos», reconhece Daniel Simões. «A verdade é que, em muitos casos, os preços nem foram problema porque eles adoraram a coleção», sublinha.

O facto de ter um segmento de preço superior permitiu trabalhar matérias-primas diferentes, aponta o diretor-geral da Top Trends. «Temos uma margem diferente, que nos permite mostrar outras coisas e criar de forma diferente», indica, dando o exemplo da ausência, quase completa, de poliéster. «Quando não temos outra hipótese, tentamos usar poliéster reciclado», acrescenta.

Atualmente, a distribuição da marca, que não tem uma tipologia de consumidora fechada, sendo «muito transversal», está a ser feita em Portugal e no Norte de Espanha, os dois mercados-alvo da Mad The Label. «O objetivo é consolidar Portugal porque, para todos os efeitos, apesar de ter vindo de uma empresa que já é conhecida, é uma marca nova. Depois vamos alargar em Espanha e, neste momento, não queremos alargar muito mais do que isso. Não vamos fazer um esforço para chegar a outros mercados. Claro que se vierem ao nosso encontro, não vamos fechar a porta», revela Daniel Simões.

Prioridade ao private label

Apesar desta nova aposta, a Top Trends está, acima de tudo, concentrada em impulsionar o negócio de private label, que tem vindo a crescer, em termos de percentagem e não só. «Neste momento tem um peso muito superior do que a marca dentro da empresa – e era isso que queríamos. A marca deixa-nos muito dependentes e nós não queremos essa dependência. Por muito especial que a marca seja, estamos, de certa forma, a impor um produto, que muitas vezes é bem visto e outras não é tão bem aceite. Daí que, com a experiência que vinha da MDS, decidimos mudar o peso da marca e do private label, que é o que temos feito», justifica.

Em termos de volume de negócios da Top Trends, que recorre sobretudo a subcontratados para a produção das encomendas, o primeiro semestre do ano «superou o período homólogo», refere Daniel Simões, mas os próximos meses estão envoltos em incerteza, confessa. «De uma forma global nota-se que está a haver alguma retração. Temos encomendas em carteira, vamos ver como corre», afirma Daniel Simões, que admite a possibilidade de até crescer na totalidade do ano. «Se se concretizar o que está previsto, tudo o que temos em desenvolvimento, desde clientes habituais a novos, porque estão a entrar clientes novos, até acredito que vá crescer», conclui.