Luxo cai 36% na Europa

A pandemia afetou significativamente a indústria de luxo em 2020, que registou uma queda de 23% no mercado global, atingindo os 217 mil milhões de euros. A Europa foi o continente onde foi evidenciado o maior declínio, 36%, para os 57 mil milhões de euros, revela a análise da Sijoitusrahastot.

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De acordo com os dados da Statista, o mercado europeu de luxo vai registar um crescimento de 12,8% em 2021, alcançando os 100,19 mil milhões de dólares (83,69 mil milhões de euros. Entre 2021 e 2025, os dados apontam para uma taxa composta de crescimento anual de 4,8% (CAGR).

No mercado global, 2020 teve a maior queda registada desde 2009. A Ásia verificou o segundo maior declínio anual (35%), enquanto os EUA baixaram 27%. A China foi o único país a dar sinais de crescimento, com um aumento de 45%.

A Bain aponta a queda global no turismo como a principal causa para o declínio da indústria de luxo. O sector contudo, deverá crescer 15% em 2010, apesar das estimativas preverem que a Europa fique para trás como consequência de toda a incerteza à volta do Brexit, sugere a McKinsey, que antecipa o regresso ao crescimento pré-pandémico em 2023.

No Reino Unido, algumas marcas de luxo como a Mulberry e a Chanel mostraram preocupação relativamente ao esquema de abatimento de IVA. Segundo a CPP-Luxury, os turistas são responsáveis por dois terços das vendas de luxo da Europa. No caso particular da gigante de luxo Kering, em 2019 70% das vendas da Europa foram feitas a turistas.

Nesta região, os turistas chineses representam somente 5% dos turistas fora da Europa, mas são responsáveis por quase um terço das reduções de IVA. O CEBR revela que os visitantes do Reino Unido que não pertencem à UE podem diminuir 7,3%, o que resulta numa perda de 1,8 mil milhões de libras (2.05 mil milhões de euros) em vendas. Em comparação com os EUA e a China, o Reino Unido é um mercado de luxo relativamente pequeno, apesar do respetivo contributo ser essencial para as marcas do país, que dependem das compras dos turistas.

Com base nos dados da Global Blue, os consumidores chineses com elevado poder de compra gastam cerca de 197 mil euros ao ano quando viajam para o exterior. Já para os compradores americanos, esse valor anual ronda os 180 mil.

A Association of International Retail (AIR) avança que o sistema de descontos vai gerar mil milhões de libras suplementares na receita de vendas do Reino Unido. Para a economia turística mais abrangente, a associação espera que sejam gerados um total de 2,1 mil milhões de libras. Este impacto será responsável por uma perda líquida de 7,2 mil milhões de dólares para a economia do Reino Unido.

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Apesar da crise pandémica ter afetado significativamente a indústria de luxo nos últimos tempos, as mudanças implementadas nesta indústria face às adversidades económicas vão provocar um «crescimento impressionante» nos próximos anos.

«A Grã-Bretanha e os EUA estão em negociações que podem levar à redução do imposto de 25% sobre os fatos Saville Row, a caxemira e a lã britânica. Com a atual campanha de vacinação e a procura reprimida dos clientes, as perspetivas parecem boas para o mercado», sublinha a análise publicada pela Sijoitusrahastot.

De acordo com Statista, o mercado de bens de luxo do Reino Unido deverá crescer 11,9%, para os 13,94 mil milhões de dólares, em 2021. No período entre 2021 e 2025, estima-se um aumento na taxa composta de crescimento anual de 3,7% (CAGR).

Para a região da grande Europa, o mercado deverá registar um aumento anual de 12,8% em 2021, uma taxa ligeiramente superior à prevista para o Reino Unido, como acontece com a taxa composta de crescimento anual, que é também superior à desta região.