Neste período, as vendas totais do segundo maior player do luxo, depois do gigante LVMH, subiram 9% a taxas de câmbio constantes, ou 3% a taxas de câmbio atuais, para 2,94 mil milhões de euros. As vendas nos primeiros nove meses do ano também registaram um aumento de 9%, para 8,27 mil de euros, equivalente a um aumento de 4% com base nas taxas de câmbio atuais. O crescimento no negócio de vendas por grosso no terceiro trimestre de apenas 3% a taxas de câmbio constantes ficou bem abaixo do crescimento de 14% registado nas suas operações de retalho, uma área em expansão, refletindo alguma cautela entre os parceiros de negócio, sobretudo na região da Ásia-Pacífico, revela a Richemont. Os players do luxo, como a Richemont, estão a sentir algumas dificuldades resultantes do abrandamento da procura na China, onde a campanha anti-suborno do governo afetou o consumo ostensivo e a oferta de presentes, refletido numa diminuição de 15% das exportações de relógios suíços para a China nos primeiros 11 meses de 2013. O analista do Citi, Thomas Chauvet, refere que a falta de comentários sobre o futuro na declaração do Richemont pode pesar nas ações do grupo, que sofreram uma quebra acentuada em dezembro devido aos comentários cautelosos sobre a economia proferidos pelo principal acionista, Johann Rupert, mas recuperaram após as previsões positivas do Swatch Group. Recentemente, a Swatch informou que espera um crescimento de dois dígitos das vendas em 2014, depois das mesmas terem subido 9,1% em 2013, enquanto a joalheira americana Tiffany mostrou-se muito prudente apesar das fortes vendas na época de Natal. «A Richemont falhou as expetativas mas em comparação com os seus pares, a sua performance ainda brilha», sublinha Patrik Schwendimann, analista do Zuercher KB, que recomenda a compra das ações do grupo. Acrescenta ainda que as vendas da Tiffany subiram 8% em novembro e dezembro, enquanto a Swatch teve apenas um crescimento orgânico de 5,2% no segundo semestre. A Richemont divulgou que as vendas nas Américas subiram 12% no terceiro trimestre, a taxas de câmbio constantes, impulsionadas por uma forte procura no retalho, em particular por joalharia e na retalhista online do grupo, a Net-a-Porter, enquanto as vendas na Europa e no Médio Oriente subiram 9% graças a uma forte procura dos turistas. As vendas na Ásia Pacífico, que é, por uma pequena margem, o maior mercado regional, à frente da Europa e do Médio Oriente, aumentaram apenas 6%, com vendas mais baixas na China Continental a afetarem o resultado final, explicou o grupo. Para Jon Cox, analista do Kepler Cheuvreaux, contudo, é apenas uma questão de tempo até os retalhistas chineses independentes começarem novamente a fazer encomendas. «Estamos mais perto do amanhecer do que do anoitecer na China», acrescentou.