As mais recentes novidades da empresa foram apresentadas na Intertex, uma das feiras que fez este ano, a que se seguirá o Modtissimo e, em novembro, a ISPO Munich. No certame, que decorreu na Exponor no início deste mês de junho, a Lunartex destacou um fio estampado, que permite produzir um elástico com mescla de cores, pensado para ser usado em roupa interior e de banho. «O fio é, ele próprio, estampado antes de seguir para a tricotagem, a mescla de cores não é feita na torção do fio», explica Rui Lopes, diretor de exportação da Lunartex.
O portefólio da empresa, que é maioritariamente composto por elásticos e passamanarias, foi ainda renovado com recurso à estamparia digital e à serigrafia para criar efeitos degradé. «Temos uma estamparia em serigrafia onde fazemos o degradé – utiliza três quadros para criar o degradé da cor. Não é um serviço fácil de fazer, requer algum know-how», afirma ao Portugal Têxtil
Entre as apostas da Lunartex está ainda a produção de cordões, apesar dos elásticos representarem 80%. «A parte dos cordões não era a nossa maior fatia de vendas, e continua a não ser, mas estamos a expandi-la», revela Rui Lopes, acrescentando que «também já o finalizamos, ou seja, vendemos o cordão com a ponteira em plástico, com ponteira metálica, estampado ou sem ser estampado, em poliéster ou em algodão, à medida do que o cliente pretende – temos insistido no cordão».
Segundo o diretor de exportação, «durante algum tempo o mercado exigia-nos mais o elástico e não nos procurava tanto pelas passamanarias. Neste momento houve uma aposta maior na divulgação das passamanarias ligadas à produção – por exemplo, quando se faz um pijama, se o pijama tem cordão, podemos vender o elástico e o cordão ou integrar o cordão no próprio elástico, porque temos forma de o fazer. Era uma fatia de negócio que estava um bocado perdida, servia mais até para outro tipo de fornecedores e, neste momento, temos procurado também esse mercado».
Investir na exportação
Com a quota de exportação direta situada entre os 60% e os 70%, a Lunartex tem os seus principais mercados em Itália, Tunísia, França e Espanha, embora venda para diversos países do mundo, incluindo a Nova Zelândia. «Temos concorrência forte da parte asiática, que fica muito próxima da Nova Zelândia, portanto, alguma coisa fazemos bem», acredita Rui Lopes.
A empresa, que emprega cerca de 55 pessoas, conseguiu também, durante a pandemia, entrar no mercado dos equipamentos de proteção individual (EPIs), com cordões para máscaras. «Para nós era uma aposta vencedora e, com isso, ganhámos mercados que não tínhamos. Foi um mercado que cresceu e depois desapareceu. Mas conseguimos manter uma série de clientes – as vendas não são comparáveis àquilo que eram na altura da pandemia, mas à carteira que tínhamos juntamos mais uns cinco ou seis clientes com EPIs», indica o diretor de exportação.
Esta área permitiu à Lunartex ter um volume de negócios de cerca de sete milhões de euros em 2020, que no ano passado regressou a um nível considerado “normal” de 3,5 milhões de euros. «Em 2022, a perspetiva é de subir 5% aos 3,5 milhões de euros e penso que poderá ser facilmente alcançado, esperando também que o mercado seja obrigado a mexer-se», aponta Rui Lopes.
Pelo caminho, a empresa espera continuar a explorar novos mercados, nomeadamente o mercado norte-americano, com a possibilidade de, no próximo ano, estar presente em feiras em Paris e em Nova Iorque. «2022 vai ser um ano para ir com calma e 2023, se tudo correr como o expectável, voltamos outra vez a investir, como tínhamos definido», conclui o diretor de exportação.