Lucros estagnados no Metro

O grupo Metro, que detém hipermercados e grandes armazéns, divulgou que os investidores apenas poderão esperar um aumento nos lucros em 2013, numa altura em que relatou um declínio de 1,8% nos resultados de 2011 antes de juros, impostos e itens especiais (EBIT ajustado) de 2,37 mil milhões de euros. Forçado a desistir das suas metas de lucro em 2011, à medida que a economia global deteriorou-se, o grupo alemão divulgou que as vendas deverão crescer em 2012, mas advertiu que esta perspetiva inclui algum risco, na medida em que o desemprego elevado e os programas de austeridade na Europa estão a pesar sobre os gastos dos consumidores. «O ano de 2011 não foi muito agradável e não podemos esperar que 2012 seja melhor», referiu o diretor executivo Olaf Koch. Os analistas preveem em média que o EBIT ajustado da Metro caia para os 2,35 mil milhões de euros em 2012 e as vendas subam dos 66,7 para os 67,1 mil milhões de euros, de acordo com uma pesquisa da Reuters. As vendas a retalho na Alemanha, a maior economia da Europa, caíram inesperadamente em janeiro, numa altura em que as temperaturas amenas contiveram os gastos. Por outro lado, as vendas europeias no retalho mostram que os compradores da Zona Euro aumentaram os gastos, embora os economistas alertem que a tendência trimestral ainda apresente uma contração. A Metro, que opera quase 2.200 lojas em 33 países, obtém cerca de 39% das suas vendas totais na Alemanha, com mais 31,3% provenientes da Europa Ocidental. Mesmo na Alemanha, o retalhista teve dificuldades ao longo do ano passado, com as vendas em igual número de lojas – que elimina o efeito do encerramento de lojas – a caírem ou a manterem-se estáveis em cada uma das suas quatro unidades. Koch afirmou ainda que o grupo precisava de uma «mudança de cultura» e de trabalhar mais na melhoria das vendas, uma mudança em relação ao seu predecessor, Eckhard Cordes, que procurou aumentar os ganhos através do corte de custos. O novo diretor executivo, que assumiu funções em janeiro, pretende concentrar esforços para expandir e melhorar as vendas no Cash & Carry e na Media-Saturn, a maior cadeia europeia de lojas de eletrónica de consumo. A expansão irá incidir essencialmente na Europa Oriental e na Ásia, indicou Koch, com o Cash & Carry – que responde por quase metade das vendas – a oferecer mais marcas próprias, opções de entrega e serviços para clientes de pequena e média dimensão. Cordes esperava vender os grandes armazéns Kaufhof e a cadeia Real para concentrar-se no Cash & Carry e na Media-Saturn, na medida em que centralizam as maiores vendas e lucros para o grupo, mas Koch suspendeu o processo de venda da Kaufhof em meados de janeiro, argumentando que as condições de financiamento para os compradores não estavam adequadas. Entretanto, o responsável reiterou que a Metro só pretende pensar em vender esta unidade sob determinadas condições, nomeadamente a aceitação de uma estratégia futura e a obtenção de um valor justo para a cadeia, que foi previamente avaliada entre 2 a 3 mil milhões de euros.