A paleta de cores escolhida pelos designers nas coleções para o outono-inverno 2021/2022 das semanas de moda de Londres, Milão e Paris adotou, mais uma vez, uma semântica comum que exalou a nova realidade do mundo, afetado pela pandemia, e uma urgência em que as vidas se voltem a tornar aquilo que outrora foram – livres. Deste modo, embora os tons alegres e otimistas se tenham apoderado das tendências da estação quente de 2021 e ainda subsistam para o próximo outono-inverno, existe, inegavelmente, uma vontade mais enaltecida de retoma dos negócios, revela o Sourcing Journal.
Positivo e negativo
As passerelles virtuais foram invadidas por combinações de preto e branco às quais o público se mostrou bastante recetivo. Os designers focaram-se, sobretudo, em coordenados monocromáticos, mas com vários padrões que não são estranhos ao universo da moda, como riscas verticais, losangos e círculos de várias dimensões.
A coleção da Valentino destaca-se precisamente por seguir, na sua maioria, a combinação do preto e branco em peças individuais, coordenando blusas com folhos e camisas com saias pretas. As escolhas mais ousadas da casa de moda italiana, que optou por tendências mais sóbrias, centram-se, contudo, na utilização repetida do logótipo “V” nas peças que mais combatem o frio da estação.
Já Loring, Daniela Gregis e Annakiki jogaram pelo seguro com estampados de xadrez em blusas, macacões e vestidos, enquanto Maggie Marilyn quebrou a regra e apostou no contraste sob a forma de corações.
Loewe e Loro Piana ilustraram o poder de união do preto e branco em coordenados monocromáticos.
Desmistificar o dourado
E se a dualidade do preto e branco demonstrou a vontade de retoma de forma subtil, mas assinalada, o dourado fê-lo ainda com mais impacto, apesar das circunstâncias atuais já não exigirem o brilho desta tonalidade, o que remete de modo imediato para o pós-pandemia.
A Versace apostou num vestido curto com um cinto dourado a marcar a cintura, enquanto o minivestido de Andrew Gn foi equilibrado com botas douradas até ao joelho e relevo de crocodilo. Por seu lado, a Balmain, Valentino e Chanel fizeram desfilar casacos dourados, exemplificando formas de tornar esta tonalidade usável e aplicável durante o dia e além dos eventos.
Atração azul
Do verde-azulado ao azul petróleo, a próxima estação fria pinta-se em vários tons de azul. Prova disso são as apostas de Alberta Ferretti, que fez resultar a mistura de azul petróleo com tons de verde em peças básicas como casacos de couro, malhas de gola alta, camisas-vestido e acessórios de camurça.
Com interpretações distintas, a Christian Dior e a Red Valentino apostaram nestas cores, a primeira ao criar um efeito ombré com tons de verde e azul e a segunda num vestido conjugado com ténis monocromáticos.
Ester Manas relembrou os looks de saídas à noite com tecidos metálicos e alças finas, enquanto Anrealage adoçou as propostas para o outono-inverno 2021/2022 com um vestido repleto de babados de cetim.