LMA foca-se nas fibras naturais

Com o universo do vestuário de desporto voltado para as fibras naturais, a empresa portuguesa, que trabalhava essencialmente com poliéster e poliamida, está agora centrada no desenvolvimento de coleções com matérias-primas como algodão.

Alexandra Araújo

O poliéster e a poliamida foram, até há pouco tempo, as fibras de eleição da LMA, mas essa realidade está a mudar. «Esta empresa viveu sempre à base dos poliésteres e das poliamidas», explica Alexandra Araújo, administradora da empresa, ao Portugal Têxtil. No entanto, «os nossos clientes da área do desporto passaram a utilizar mais fibras naturais», pelo que a LMA está agora «completamente focada em desenvolver esse tipo de coleções», refere.

Uma mudança que começou timidamente nos últimos anos, mas que é atualmente «uma realidade» na empresa, adianta Alexandra Araújo. «Sempre tivemos uma equipa muito focada em tudo o que eram fibras sintéticas, mas este ano o que temos vendido e aquilo em que nos consideramos mais fortes é mais nas fibras naturais, o que é surpreendente», considera.

O conforto procurado pelas marcas de desporto tem encontrado resposta em matérias-primas como o algodão, «muito comum para quem fala de têxtil, mas não para a nossa empresa», assume a administradora da LMA. A performance, contudo, não sai comprometida. «Temos aprendido muito com os clientes», refere Alexandra Araújo, nomeadamente com os designers. «Toda a gente está à procura de conforto e o espírito da coleção que a LMA tem apresentado é esse, é a parte mais natural da vida e mais calma, que é o que as pessoas precisam», acrescenta.

As propostas foram bem recebidas pelos clientes, sobretudo no regresso ao trabalho pós-férias de verão. «Sinto as pessoas com mais ânimo e os compradores das marcas menos preocupados com os stocks e a dizer que não vão comprar muito e mais preocupados em ver coisas novas e em andar para a frente», revela Alexandra Araújo.

Um sinal positivo depois de, nos meses anteriores, ter sentido «bastante retração», nomeadamente a partir de abril. «O que fizemos foi dispersar, começar a falar com clientes mais pequenos e acho que conseguimos chegar ao final de agosto com um ano bom, parecido com o ano passado, sem grandes decréscimos. Vamos ver se até dezembro conseguimos ter um ano igual ao de 2022», aponta.

A empresa prepara-se para marcar presença, como habitualmente, na próxima edição da ISPO Munich, no final deste mês, naquela que, acredita a administradora da LMA, «vai ser a próxima grande feira dos portugueses» e que poderá ajudar a antecipar o que será o próximo ano. «Vejo os compradores dos meus clientes, a grande maioria marcas estrangeiras de desporto, do golfe ao ténis e ioga, muito animados. Os portugueses vejo-os um bocadinho assustados e bastante preocupados. Talvez depois da ISPO seja possível perceber se o ano de 2024 vai ser bom. Neste momento não sei», conclui Alexandra Araújo.