Alguns investigadores de têxteis técnicos ouviram esta semana na reunião dos Materials Research Society, em Bóston, que os têxteis electrónicos, estão também a ser desenvolvidos para medir os passos, detectar explosivos e localizar contrabando. No entanto, vários desafios permanecem, tais como assegurar-se que os circuitos podem sobreviver a fios partidos e a uma volta na máquina de lavar. Mas os cientistas têm já imensas ideias na manga. Carregando nas letras e símbolos bordados nos casacos de ganga fabricados pela International Fashion Machines (IFM) em Cambridge, Massachussets, dispara, por exemplo, uma explosão de notas e percussão. Botões semelhantes decoram os punhos de um fato espacial que está a ser desenvolvido pela ILC Dover Inc. de Frederica, Delaware, em colaboração com a NASA e a empresa britânica SOFTswitch. Um astronauta pode usar o punho para controlar um veículo robotizado na superfície planetária. A mesma ideia poderá brevemente fazer parte dos fatos de mergulho ou vestuário de protecção para ambientes perigosos, afirma David Cadogan da ILC. As antenas das telecomunicações podem ser colocadas dentro dos casacos, eliminando saliências que podem ficar apenas com algumas pontas salientes quando o utilizador, talvez um soldado ou trabalhador da construção civil, se movimentar. Fibras que aquecem electricamente podem ser usadas para criar vestuário termal. Maggie Orth da IFM mostrou um agasalho com riscas de thermochromic que mudam de cor quando aquecem ligeiramente. «Eu fiz um destes agasalhos na minha garagem usando uma das máquinas de costura da minha avó». A IFM está neste momento em negociações com a Nike, no que diz respeito ao desenvolvimento de sapatilhas de treino com painéis têxteis que mudam de cor de acordo com a velocidade da corrida. Fios trançados nos sensores podem também registar o nível do batimento cardíaco, hidratação e níveis de açúcar no sangue. Os electrotêxteis têm potencial para fazer muito mais do que enviar e receber os sinais eléctricos, afirma Elana Ethridge da DARPA (US Defense Advanced Research Projects Agency). A agência está a trabalhar num lençol estudado com sensores acústicos que podem ser desenrolados como uma lona para produzir uma grande área de detecção de explosivos. A DARPA está também a desenvolver têxteis parafoil que podem mudar de forma ou textura para alterar a forma como o ar corre à superfície. Colocados debaixo de uma rua ou de uma superfície pavimentada, os têxteis também vencem ao plástico no que diz respeito ao monitorizar os peões ou o fluxo da água, porque podem ser fios trançados em lençóis contínuos que serão tão compridos quanto o necessário, afirma John Muth da Universidade da Carolina do Norte, em Raleigh. Os tapetes com sensores podem até detectar fogos, derramamentos de líquidos, ou objectos de metal levados por passageiros nos aeroportos.