Lectra resiliente soma vendas

A Lectra, cujas novidades estão a ser mostradas até 12 de novembro na Maquitex – a feira de máquinas, tecnologia e acessórios para a indústria têxtil, de confeção, vestuário e bordados que abriu hoje portas na Exponor, no Porto, –, aumentou as vendas e os lucros nos primeiros nove meses de 2022.

[©Lectra]

Num ambiente macroeconómico que a multinacional liderada por Daniel Harari classifica de «particularmente difícil», o volume de negócios da Lectra entre janeiro e setembro aumentou 14%, para 392,1 milhões de euros, gerando um EBITDA (lucro antes de juros, impostos, desvalorizações e amortizações) de 74,9 milhões de euros (+46%). O lucro operacional, por seu lado, subiu para 52,8 milhões de euros e o lucro líquido duplicou para 35,4 milhões de euros.

Estes são os resultados consolidados da empresa, em comparação com o que a Lectra chama de números pró-forma de 2021, que integram os valores da Gerber Technology, da Neteven e da Gemini CAD Systems, que foram adquiridas ao longo de 2021, como se tivessem sido feitas logo no início do ano.

Daniel Harari [©Lectra]
Em relação ao terceiro trimestre, as encomendas por licenças perpétuas de software, equipamentos e respetivo software e serviços não recorrentes baixou 2%, para 46,6 milhões de euros, em comparação com os números pró-forma do trimestre de julho a setembro de 2021. O valor de novas subscrições de software aumentou 1%, para 2 milhões de euros, e o volume de negócios subiu 22%, para 141,2 milhões de euros. A empresa foi ainda capaz de recuperar dos atrasos registados nas entregas de equipamentos e softwares devido aos confinamentos na China no segundo trimestre.

Guerra e covid têm impacto

Em comunicado, a Lectra explica que «os primeiros nove meses do ano foram marcados significativamente pela guerra na Ucrânia e pelas suas consequências. Assim que o conflito começou, a empresa decidiu terminar as suas operações na Rússia, suspendendo a atividade da sua subsidiária Lectra Russia e interrompendo todas as entregas de produtos ou serviços».

Mas, ainda que a exposição direta do grupo à Ucrânia e à Rússia seja baixa, inferior a 1% do volume de negócios, «esta guerra acelerou o aumento dos preços, falhas de energia e escassez de algumas matérias-primas», algo que, afirma a Lectra, teve um impacto limitado nos resultados financeiros «devido à sua baixa exposição a custos de energia e uma dependência limitada nas matérias-primas mais afetadas».

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Além da guerra, os períodos de confinamento na China tiveram um impacto negativo no número de encomendas e no volume de negócios no país. A incerteza em relação ao futuro também adensou os receios de recessão em muitos mercados, revela a Lectra, situações que «levaram alguns dos clientes do grupo a reduzir os seus orçamentos para investimento de forma a lidar com o aumento dos custos, escassez ou potenciais reduções na sua atividade, enquanto outros estão a adiar decisões até que o ambiente de negócio e a visibilidade melhorem».

Ainda assim, «neste ambiente, o grupo mostrou mais uma vez a sua resiliência, com um forte crescimento dos lucros», sublinha a empresa.