Às 10h da manhã da próxima quarta-feira, como já aconteceu para o Kubix Link e o Fashion On Demand, a Lectra volta a servir o Café da Manhã, desta vez dedicado à modelagem inteligente, com os interessados a poderem fazer a inscrição online. Este novo webinar terá como foco o Modaris, um software com mais de 10 mil licenças em todo o mundo e totalmente integrado com a sala de corte Lectra 4.0, que foi o tema do webinar anterior.
Num mundo cada vez mais “smart”, dos frigoríficos à produção industrial, a Lectra foi, segundo Carlos Esteves, customer care manager na filial portuguesa, uma das pioneiras neste universo da Internet das Coisas (IoT na sigla inglesa). «Em 2007, com a nova geração das [máquinas] Vector, entrámos no mercado da IoT e passámos a fazer parte do grupo de pioneiros na área industrial», explicou no webinar que teve lugar a 13 de maio. «As nossas máquinas passaram a estar equipadas com uma série de sensores com uma ligação à internet que permitiu a recolha de dados, que nos veio ajudar a melhorar a manutenção à distância», adiantou.
Evolução pelos dados
Os dados recolhidos desde essa altura permitiram ainda conhecer melhor os equipamentos e perceber se as tarefas estavam a ser executadas da forma como tinham sido projetadas pelos engenheiros durante o desenvolvimento dos equipamentos. «Com todos estes dados, temos a confirmação se as coisas estão a funcionar como os nossos engenheiros de desenvolvimento previram e acharam que ia funcionar ou se serão ligeiramente diferentes e se há realmente alguma necessidade de melhorias», afirmou.
Esses dados permitiram, por exemplo, reduzir o tempo de rodagem de um rolamento substituído de 40 minutos para apenas oito minutos. «Foi uma melhoria que se conseguiu fazer na parte da manutenção usando o feedback e os dados dos nossos clientes com máquinas conectadas», referiu Carlos Esteves. Os dados permitem fazer «uma constante adaptação, ou seja, estamos a auscultar as máquinas e a adaptar-nos», indicou o customer care manager, acrescentando que «permite-nos, melhor do que ninguém, saber quais são os melhores consumíveis e os melhores componentes adaptados aos nossos equipamentos, aos nossos clientes e aos mercados em que estão inseridos».
Essa adaptação tem igualmente reflexos nos novos desenvolvimentos, nomeadamente no que diz respeito aos equipamentos de corte. Há cerca de ano e meio, a Lectra passou a ter quatro tipos de grãos de lixa para afiar as lâminas de corte na área têxtil. Anteriormente «só tínhamos dois tipos de lixas: lixa com grão grosso ou grão fino. O grão grosso basicamente era só utilizado para materiais mais duros na indústria técnica, no automóvel, e para a indústria têxtil usávamos mais o grão fino», revelou. «Neste momento, temos já quatro tipos de grão que podem ser adaptados ao tipo de tecido que estamos a cortar: se estivermos a cortar ganga não faz sentido usar o mesmo que estamos a usar a cortar uma felpa», exemplificou.
A ligação das máquinas de corte à internet e a recolha e análise dos dados permitem igualmente a chamada manutenção preditiva, isto é, a possibilidade de detetar problemas antes mesmo deles implicarem a paragem do equipamento. «Depois da análise aos dados feita pelos meus colegas da Lectra, que poderão identificar o problema, informamos o cliente de que algo não está bem – apesar dele ainda não ter detetado – e tratamos de resolver o problema, quer enviando um técnico ao terreno para substituição de uma peça, se necessário, quer com uma simples ligação remota à máquina para alteração do parâmetro», apontou Carlos Esteves.
Informação compilada em app gratuita
Ao nível do software, o VectorPilot V3R3 é também fruto de melhorias conseguidas através da análise dos dados recolhidos, com melhorias ao nível da precisão e qualidade do corte.

A Lectra criou ainda a Vector Dashboard, uma aplicação na nuvem, que por isso pode ser acedida em qualquer local e hora, através do novo portal MyLectra, que permite aos utilizadores a monitorização de KPI’s de produção, ou seja, de indicadores-chave de desempenho. Nesta aplicação estão compilados diferentes dados relativamente à sala de corte, inclusivamente o desempenho, com velocidade de corte e rácio de peças cortadas, produção, com quantidades e número de planos cortados, por exemplo, e tempos (tempo de corte útil, número de interrupções, tempo que a máquina esteve parada, etc.). «Todos estes dados serão armazenados na cloud até seis meses, por isso conseguimos ter um histórico da máquina de meio ano», detalhou o customer care manager.
A aplicação está disponível para «todos os clientes com uma base instalada Vector, ou seja, com máquinas de corte da geração V4 ou V5 – todas as máquinas posteriores a 2007» e que tenham uma subscrição de serviços Power atualizada, assim como a atualização para o VectorPilot V3R3. Até 31 de dezembro de 2021 o serviço «não tem qualquer custo. É uma aplicação em desenvolvimento, para já totalmente gratuita. A partir do dia 1 de janeiro de 2022, a aplicação vai ter novas funcionalidades e aí vai ter novas regras comerciais», concluiu Carlos Esteves.