Lavanda digital é a cor para 2023

Um estudo conjunto do Coloro e do WGSN aponta esta tonalidade sensorial como sendo capaz de ligar o bem-estar holístico e o otimismo digital e evocar estabilidade, serenidade e equilíbrio, sendo por isso a cor a ter em mente no desenvolvimento das coleções para 2023.

[©WGSN]

O tom (134-67-16 no Coloro e 15-3716 TCX no Pantone) responde a um 2023 que se prevê com um otimismo renovado, à medida que o mundo se ajusta a dias melhores depois da pandemia. «Com prioridades e perceções alteradas, os consumidores vão tentar conectar-se com cores que oferecem uma sensação de esperança e equilíbrio», justifica o WGSN.

É esse o significado do lavanda digital. Os púrpuras estão, há muito, ligados com a espiritualidade e muitos acreditam que traz equilíbrio. «Com os consumidores a mudarem o seu foco para as ofertas holísticas e reparação, temos visto um aumento no bem-estar digital», afirma o gabinete de tendências, que destaca o aparecimento de marcas como a Somadome, que oferece uma espécie de cápsula de meditação com tecnologia imersa, que se baseia na ideia de que pequenos momentos de meditação com luz ultravioleta é até 10 vezes mais eficaz a melhorar o bem-estar físico e mental.

Raramente encontrado na natureza, o lavanda digital oferece, de acordo com o WGSN, uma mostra de outras realidades. «Evocando calma e serenidade, prevemos que esta cor sensorial irá ser transversal aos nossos mundos físico e virtual», acrescenta.

Em 2023, a cor deverá abranger todas as categorias de moda, graças, parcialmente, à sua atratividade sem género. Atualmente, revela o WGSN, é já uma das favoritas nos sectores dedicados aos mais jovens, tanto no vestuário como na beleza.

Uma evolução “natural”

Os dados do WGSN mostram que o roxo foi uma das cores cuja utilização mais cresceu em termos anuais nos desfiles para o outono-inverno 2021/2022, sobretudo nas versões mais pastel, com um aumento de 55%. Ao nível regional, tem vindo a tornar-se mais importante na China desde a previsão do WGSN para a primavera-verão 2020.

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«O lavanda digital está já muito entrosado na nossa cultura digital, tanto no bem-estar digital, nos nossos mundos de realidade virtual e gaming, quer como um pastel tátil ou revestimento iridescente na tecnologia», refere o gabinete de tendências, salientando que é uma cor a ter em conta também na eletrónica de consumo, embalagem e espaços interiores de recuperação.

O lavanda digital tem ainda sido usado por organizações não-governamentais, como a Made of Millions, para partilhar recursos e ferramentas com o objetivo de criar um ambiente mais seguro e inclusivo para discutir a saúde mental. Segundo o WGSN, empresas e escolas estão a dar prioridade à saúde mental de trabalhadores e alunos, que estão a sentir dificuldade em se adaptar aos novos ambientes de trabalho, algo que dará origem a «um foco renovado em espaços imersivos, onde a terapia de luz e esquemas de cor contidos serão essenciais para evocar uma sensação de estabilidade, serenidade e calma dentro do local de trabalho».

Uma tendência que estará muito marcada em 2023, um ano em que, acredita o gabinete de tendências, «uma crescente ênfase em soluções relacionadas com higiene irá ver cores e materiais serem usados para dar segurança e acalmar os consumidores».