Lanidor mais internacional

A Lanidor vai apostar no seu crescimento em Espanha, em novas lojas no Brasil, Arábia Saudita e Portugal e ainda em novos projectos para França, Inglaterra, Grécia e Bélgica. Mas tudo isto custa muito dinheiro, e os apoios comunitários, assim como cofres da família Xavier já se tornaram demasiado pequenos para garantir uma expansão mais segura. O volume de negócios na ordem dos 20 milhões de euros não é suficiente para assegurar continuidade. Neste momento o passivo situa-se nos 16 milhões de euros e até ao final do primeiro trimestre de 2002, a Lanidor tem de garantir a injecção de 5 milhões de euros. Com o processo ainda em negociações, encontra-se entre os possíveis accionistas um banco de investimento cuja identidade não foi ainda revelada. O parceiro terá um papel estritamente financeiro mantendo-se o controlo nas mãos dos fundadores que aceitam ceder, no máximo, 49% do capital. Segundo o responsável pela política expansionista da Lanidor, Carlos Lima Gomes, «se não houver um reforço do capital, o processo de internacionalização fica posto em causa, obrigando-nos provavelmente a parar por um ou dois anos». Aliás Carlos Gomes refere ainda que «se ainda não estamos em França é porque não temos dinheiro». A Lanidor espera este ano e se tudo correr bem, entrar em terras gaulesas onde os custos de exploração são 40% acima dos níveis nacionais. Bordéus é o local eleito devido à proximidade com Espanha, onde a Lanidor está há dois anos e também pelas condições imobiliárias. A optar pelas parcerias, a Lanidor conta no sul do Brasil com a participação de Santiago Mendes, empresário português, que através da empresa Parisan Têxteis detém 15% da Lanidor Brasil. Satisfeito com os primeiros resultados das duas lojas brasileiras, Carlos Lima Gomes afirma que se previam vendas na ordem dos 40 mil euros no primeiro mês, mas que estas atingiram os 75 mil euros. Ambas devem estar autofinanciadas no primeiro ano de actividade, devendo render em 12 meses, cerca de 998 mil euros. Com temperaturas altas durante quase todo o ano e com a particularidade de toda a gente no Brasil se vestir de branco na altura do fim do ano, a Lanidor contratou duas estilistas que desde o início deste ano ajustam as colecções ao cenário brasileiro. Aliás, são precisamente as semelhanças climáticas e os baixos custos de exploração que asseguram boas oportunidades ao nível da produção, que levaram a Lanidor a optar por este mercado. Fora do projectado inicialmente, a Lanidor deverá avançar brevemente para Campinas, a 28 quilómetros de São Paulo. Esta iniciativa partiu da Sonae que se prepara para abrir aí, novos centros comerciais. Foi precisamente esta situação de parceria que levou também a Lanidor para a Grécia, onde Belmiro de Azevedo está também a investir. No Brasil, o investimento da Lanidor deverá atingir 1,5 milhões de euros até ao final deste ano. A internacionalização é fundamental para que a Lanidor assegure a sua posição no mercado nacional, onde concorre essencialmente com a Massimo Dutti. Segundo Lima Gomes «vamos para fora porque aqui é impossível uma marca sobreviver. O consumidor quer bons produtos a preços competitivos e isso só se consegue com dimensão». Em Dezembro passado, a Lanidor instalou-se também na Arábia Saudita através de um “master franchising” a quem entrega as colecções à consignação, minimizando custos de implantação. Em “standby”, apesar dos projectos estarem bem pensados, está a entrada na Bélgica e na Inglaterra. Em Portugal, na Avenida da Liberdade, a Lanidor abriu a sua 71ª loja nacional, que é a mais cara de todas as lojas Lanidor dentro e fora do país. Os custos de exploração são muito altos e o investimento inicial situou-se nos 748 mil euros. Esta é mais do que uma unidade de roupa feminina, dado incluir também um espaço de restauração, ou seja, o segundo LA Caffé. O primeiro está na loja de Entrecampos. Esta loja na Avenida da Liberdade conta também com um espaço de roupa para criança. Em Novembro, no Porto, nasceu a primeira LA Kids. Em Abril, a nova marca da Lanidor será apresentada oficialmente através de uma campanha publicitária, sendo na mesma altura apresentado o conceito na feira de franchising. O objectivo é atingir 30 lojas a curto prazo. As novas redes LA são as mais recentes apostas da Lanidor. No entanto é na internacionalização que a Lanidor se vai concentrar, uma vez que só assim ganha a dimensão necessária para competir também no mercado nacional.