Na Heimtextil, o Portugal Têxtil encontrou o administrador da Lameirinho, que optou por fazer um breve interregno, como expositor, nesta edição especial e fora da época do salão dedicado aos têxteis-lar. Segundo Paulo Coelho Lima, foi uma decisão tomada tendo em conta a proximidade da futura edição, que se realizará em janeiro de 2023, optando antes por marcar presença como visitante com «uma comitiva grande» e aproveitando «também a oportunidade de ir ver a outras feiras», a Techtextil e a Texprocess, que cruzaram as mesmas datas.
Em fase de desenvolvimentos, a Lameirinho prepara-se para apresentar novas propostas na área da sustentabilidade, com «muitas fibras especiais, de base natural, como fibra da laranja, banana ou ananás», revelou Etelvina Santos. A responsável pelo desenvolvimento de produto explicou que «estas novas fibras terão de ser misturadas para serem usadas em teias, não são 100% fibras extraídas de frutos, mas terão uma percentagem que permita ter resistência».
Estas e outras novidades serão apresentadas na próxima edição da Heimtextil, cujo mote será precisamente a sustentabilidade, que de resto é «uma preocupação constante» da gigante de têxteis-lar, que nos anos 90 «foi a primeira a ter uma caldeira de biomassa, antecipando com sorte esta crise energética», enfatizou o administrador.
O conjunto de constrangimentos atuais «que não contávamos, que são os custos de contexto, nomeadamente gás e energia» e também a guerra, «que tem feito disparar os preços das matérias-primas», tem influenciado a atividade comercial da Lameirinho este ano. Contudo, Paulo Coelho Lima considera que o abrandamento na procura pelo sector era já expectável. «Depois de dois anos fechados em casa, há outras opções onde gastar o dinheiro e provavelmente os têxteis-lar são uma área de decréscimo na procura», referiu.
No que concerne ao ano de 2021, o administrador classifica-o como «um ano excecional, que não contou como um ano normal». Sem avançar com valores, Paulo Coelho Lima indicou que o volume de faturação da Lameirinho ultrapassou os números atingidos em 2019. «O ano de 2022 será um retomar à normalidade do que é o nosso sector e, se calhar, 2023 irá para os níveis de 2019», concluiu.