Lameirinho responde em todas as frentes

A empresa de têxteis-lar está a manter a produção para os seus clientes, ao mesmo tempo que reforça as fileiras da indústria têxtil e vestuário no combate ao COVID-19. Nesta luta, a Lameirinho está a fornecer produtos para espaços de acolhimento e hospitais e a desenvolver equipamento de proteção individual.

Paulo Coelho Lima

«A Lameirinho, enquanto empresa com responsabilidade social, não poderia deixar de apoiar iniciativas associadas a esta tão inesperada situação», afirma, ao Portugal Têxtil, Paulo Coelho Lima, CEO e membro do conselho de administração da produtora de roupa para a casa.

Entre as ações específicas estão o apoio «a várias unidades hospitalares com os nossos produtos», assim como «equipar espaços de acolhimento para receber os nossos seniores, que neste momento são um grupo de grande risco», enumera. Um desses contributos é referenciado pela Câmara Municipal do Porto, onde a Lameirinho, juntamente com a Mundotêxtil e outras entidades, ajudaram a equipar a Pousada da Juventude e a SuperBock Arena/Pavilhão Rosa Mota para receber e proteger idosos institucionalizados em lares ou residências na cidade Invicta.

Uma segunda área de atuação da Lameirinho está na produção de equipamentos de proteção individual, numa iniciativa lançada pela ANIVEC – Associação Nacional das Industrias de Vestuário e Confecção, que reúne ainda a Calvelex, a Polopique, a Riopele e a Paulo de Oliveira. «Fazemos parte de um grupo de empresas que está a desenvolver para produzir, o mais breve possível, as batas hospitalares para apoiar médicos e enfermeiros nesta luta tão desigual», revela Paulo Coelho Lima. Neste momento, a empresa está a produzir tecido que é depois usado na confeção deste tipo de produto. «Foi preciso reunir um grupo de empresas que fosse complementar, para conseguirmos ser mais fortes e rápidos neste processo», explica.

Impacto no negócio

Ao mesmo tempo que colabora neste desígnio nacional, a empresa está a manter a sua atividade produtiva, embora sinta os efeitos do COVID-19 no negócio. «O impacto é inevitável e imprevisível», admite. «Temos clientes a atrasar pagamentos, a adiar encomendas e alguns inclusive a anular encomendas», reconhece o CEO da Lameirinho, que em 2019 registou um volume de negócios à volta dos 54 milhões de euros.

O foco «é a proteção de toda a equipa Lameirinho [que emprega cerca de 700 pessoas] e de quem se relaciona connosco, através de fortes medidas de contingência», aponta Paulo Coelho Lima. «Estamos a negociar cenários com os nossos clientes, no sentido de minimizar os impactos mais negativos e estamos a apoiar os que neste momento necessitam de nós», afiança.

O objetivo, de resto é manter a especialista em têxteis-lar, que exporta quase 90% da sua produção, a laborar, apesar das «fortes medidas de contingência», indica o CEO da Lameirinho. «Estamos a dar seguimento às encomendas dos nossos clientes e a ajudar Portugal no que conseguimos», resume.