Fundada em 1948, a Lameirinho está lançada no crescimento, graças a uma oferta variada mas, sobretudo, a uma maior produtividade que a torna mais competitiva nos mercados externos. «No passado já tivemos 1.600 pessoas e faturávamos 100 milhões de euros. Hoje, com 700, faturamos mais de metade disso, cerca de 65 milhões de euros. Mas temos uma rentabilidade muito maior, apostamos na poupança energética, numa economia de escala, na flexibilidade e em equipamentos produtivos mais maleáveis. É nessas balizas que temos investido e é o que faz a diferença», afirmou, num artigo publicado na edição de março do Jornal Têxtil, Crispim Ferreira, diretor-geral da Lameirinho, que há 37 anos acompanha o desenvolvimento da produtora de têxteis-lar.
Face a esses trunfos, Crispim Ferreira acredita que «este é o momento que as empresas têm de aproveitar para consolidar a sua evolução», especialmente porque «nota-se efetivamente um acréscimo no reconhecimento dos produtores portugueses. Temos um produto mais diferenciado, continuamos a ter o que outros mercados não têm, que é a qualidade na entrega, no cumprimento de prazos, na rapidez da execução, no serviço», apontou.
A diferenciação no produto – na última edição da Heimtextil, no passado mês de janeiro, a empresa de Pevidém apresentou um novo produto com uma flanela leve e reforçou a oferta de linhos lavados e de artigos estampados digitalmente – tem garantido a presença constante em 33 mercados internacionais, sobretudo através de clientes de private label, que ainda representam 85% da produção da Lameirinho. «Não temos por trás todo o conhecimento de uma marca internacional de vestuário, que tem um potencial muito maior. Temos que pensar que somos uma empresa de roupa de cama, que foi crescendo, que tem o seu espaço, mas é isso», sublinhou o diretor-geral.
Os EUA são o maior mercado da empresa, enquanto na Europa a posição é ocupada pela França. «Os mercados fora da Europa e dos EUA crescem, mas demora tempo. Chile, Argentina, México e Colômbia vão crescendo, mas lentamente. São mercados muito mais pequenos, em que pouca gente tem acesso à qualidade», explicou Crispim Ferreira ao Jornal Têxtil. A empresa tem ainda uma boa posição no Dubai, na Austrália e na Nova Zelândia.