LaGofra apresenta nova marca

A empresa de confeção está a lançar no mercado uma marca epónima, intemporal e focada na qualidade, que está a ter uma boa recetividade junto dos consumidores. Os próximos passos da marca LaGofra passam, em breve, por uma loja online e pela distribuição internacional.

Filipe Prata

A nova marca é «vincadamente industrial», salienta Filipe Prata, sócio da empresa familiar. «Um dos pontos que estamos a comunicar é que temos marca porque temos fábrica», explica, dando destaque à equipa interna da LaGofra. «Dentro da fábrica, temos os quadros todos: bons designers, bons modelistas, bons comerciais, boas costureiras, boas pessoas da logística, bons gestores também, assim eu espero, e, por isso, temos as competências todas para ter uma marca muito competente», acredita.

A insígnia apoia-se em valores como a qualidade, tanto nos materiais como na modelação e na confeção, e a intemporalidade, à semelhança da “irmã” Daily Day, mas enquanto esta última está mais voltada para o quotidiano, a LaGofra, «não tendo uma diferença muito clara, diria que é de um nível de produto acima», aponta Filipe Prata.

A primeira coleção-cápsula foi colocada à venda há três semanas na loja própria no Bairro das Artes, no Porto, rebatizada Daily Day by LaGofra, «e acho que vai esgotar num instante», refere o sócio.

Para breve está previsto o lançamento de uma loja online independente para a insígnia, com um plano de divulgação já delineado. «Tem de estar próxima dos clientes que já são clientes, tem de ter a capacidade de captar novos clientes e tem que ser atrativa para ter alguma dinâmica», aponta Filipe Prata. E «logo a seguir ao verão, vamos levar a etiqueta LaGofra lá para fora», revela.

Indústria é vantagem

Quanto ao negócio industrial, assume Filipe Prata, «sentimos que o mercado está muito apreensivo. A generalidade dos nossos clientes está com algum tipo de problema, ora em quantidades, ora em liquidez».

Ainda assim, afirma, «este está a ser o melhor ano de sempre para a empresa, tanto na produção industrial, como nas nossas marcas, que estão a dar passos muito consistentes na aproximação aos clientes». As expectativas, por isso, é que a empresa ultrapasse este ano os 2 milhões de euros de volume de negócios. «Não produzimos muitas peças, produzimos peças com valor. Os nossos clientes industriais são clientes que têm uma boa posição no chão de loja, confiam em nós, já estamos com alguns deles há muitos anos e vamos continuar», destaca o sócio da LaGofra, que enumera como principais mercados da produção em private label França, Reino Unido, Alemanha, Holanda, Dinamarca, Suécia e, do outro lado do Atlântico, os EUA.

Embora atualmente seja difícil de contabilizar a quota da produção ocupada pelas marcas próprias, a ambição é que, eventualmente, o rácio seja equilibrado. «50% [para as marcas próprias] é um número que me parece engraçado porque é metade para a produção e porque a outra metade serve-nos para ver o que de melhor está a acontecer no mundo. A grande vantagem de se ter marcas quando se tem fábrica é que compreendemos mais velozmente o que está a acontecer no mundo da moda e conseguimos estar sempre na linha da frente das novidades em termos de políticas que aparecem, nas questões sociais ou ambientais», sublinha Filipe Prata. E exemplifica com a questão da sustentabilidade, que «no último par de anos ganhou uma dimensão imensa, mas para nós, há dez anos que é a realidade quotidiana dentro da empresa».

Por isso, «ter uma indústria exportadora ajuda-nos e obriga-nos a estar próximos do que de bom está a acontecer e a acompanhar as exigências», pelo que «o cenário ideal era as nossas marcas ocuparem metade do espaço industrial e as outras marcas serem aquelas que, aos nossos olhos, são a nata do mundo da moda. E uma parte interessante delas já está connosco», conclui Filipe Prata.