Qual é o país europeu que pode vangloriar-se pelo maior recorde de furtos nas lojas? De acordo com um estudo lançado a 19 de Setembro, a Inglaterra é a vencedora desta medalha pouco honrosa pelo segundo ano consecutivo. Os britânicos não só roubam mais do que os seus parceiros continentais como têm também os empregados menos competentes no local de trabalho. Resultado: a Inglaterra apresenta a maior taxa de shrinkage (grau de perdas dos retalhista provocadas por furtos, má etiquetagem de preços e outro tipo de perdas) do sector retalhista europeu. Os europeus do continente não são muito melhores. O shrinkage está a aumentar na generalidade dos páises, nalguns para níveis alarmantes, excepto na Dinamarca onde permanece estável. De acordo com a sondagem do Centro de Pesquisa Retalhista na Universidade de Nottingham, o shrinkage neste país da UE aumentou 9% no ano passado, o que significa que os dinamarqueses mantêm-se relativamente honestos, mas estão a aproximar-se rapidamente dos seus vizinhos. O shrinkage custa à economia europeia uma quantia surpreendentemente grande. Joshua Bamfield, que coordenou o estudo, situa o custo total anual perto dos 30 mil milhões de euros, o equivalente a 80 euros por pessoa na região. Este valor é superior ao custo de furtos com os carros mais sofisticados ou aos furtos domésticos. Não existe nenhuma sondagem americana que equivalha directamente a esta, mas um inquérito feito junto dos 30 maiores retalhistas americanos conclui que estes tinham perdido cerca de 5 mil milhões de euros no ano passado em furtos nas lojas levados a cabo pelos clientes e pelos próprios empregados. Esta situação deixa entrever que o problema nos EUA situa-se numa escala similar. Aproximadamente metade das perdas na Europa provêm de furtos feitos pelos clientes. A actividade dos ladrões recai principalmente nos produtos dos designers, depois seguem-se os produtos eléctricos e, apesar de estranho, as vitaminas e os contraceptivos são também um alvo. Mas quase oito mil milhões de euros são furtos praticados pelos próprios empregados das empresas, enquanto os fornecedores conseguem desviar mais de 2 mil milhões de euros aos retalhistas. Mesmo assim, parece que algumas pessoas ainda pagam quando vão às compras.