Kering vende menos

O grupo francês de luxo, que detém marcas como a Gucci, Yves Saint Laurent e Balenciaga, registou uma quebra de 9% nas vendas no terceiro trimestre, fruto do atual clima económico, mas também de uma mudança de estratégia.

Gucci [©Gucci]

As vendas do Kering ficaram-se pelos 4,46 mil milhões de euros no trimestre, o que representa uma queda de 9% em termos comparáveis, refere o grupo. O volume de negócios da rede de retalho operada diretamente desceu 6% em termos comparáveis, o que reflete, segundo o Kering, «um menor tráfego e performances contrastantes nas diferentes regiões».

O volume de negócios das vendas grossistas também teve uma queda acentuada de menos 20%, que o grupo justifica como resultante dos seus esforços para aumentar o seu controlo sobre a distribuição.

Em termos de marcas, a Gucci, que representa mais de metade das vendas anuais do Kering e está atualmente a meio de um relançamento – que incluiu a mudança na direção criativa, assumida, em janeiro deste ano, por Sabato De Sarno, que apresentou a sua primeira coleção para a casa de moda neste trimestre – registou uma quebra de 7% das vendas em termos comparáveis, para 2,2 mil milhões de euros.

Já a Yves Saint Laurent sofreu uma descida de 12% das vendas comparáveis, para 768 milhões de euros, enquanto a Bottega Veneta baixou as vendas em 7%, para 381 milhões de euros.

«Para além das condições macroeconómicas desafiantes e um abrandamento da procura na indústria do luxo, a mudança na nossa performance de vendas no terceiro trimestre reflete o impacto das nossas decisões de elevar ainda mais as nossas marcas e a sua distribuição. A organização que implementamos em julho vai permitir-nos reforçar a direção das nossas casas de moda no atual ambiente de mercado e reclamar as nossas posições e influência», afirma François-Henri Pinault, CEO e presidente do conselho de administração do Kering.

Numa análise aos resultados do grupo, a Reuters sublinha que o Kering teve uma performance pior do que os seus rivais, nomeadamente o LVMH, que embora tenha reportado um abrandamento nas vendas do terceiro trimestre, conseguiu ainda um resultado positivo, com uma subida de 9% do volume de negócios da divisão de moda e artigos em pele, e a Hermès, que aumentou as vendas em 15,6%.