O acordo «inclui a opção do Kering comprar 100% do capital da Valentino até 2028», refere o comunicado do grupo francês, que afirma que a transação, que deverá ser fechada até ao final deste ano, «faz parte de uma parceria estratégia mais alargada entre o Kering e o Mayohoola [o grupo do Qatar que detém a Valentino], que pode levar o Mayhoola a tornar-se acionista no Kering».
O Kering sublinha que a parceria estratégica vai reforçar a estratégia de elevação implementada por Jacopo Venturini, CEO da Valentino, que a tornou «numa das casas de luxo mais admiradas do mundo».
Em termos práticos, o Mayhoola continua a ser o maior acionista com 70% do capital, mas o Kering irá assumir um lugar no conselho de administração.
«Estou impressionado com a evolução da Valentino sob a propriedade do Mayhoola e muito contente por o Mayhoola ter escolhido o Kering como parceiro para o desenvolvimento da Valentino, uma casa italiana única que é sinónimo de beleza e elegância», afirma François-Henri Pinault, presidente do conselho de administração e CEO do Kering. «Estou muito satisfeito com este primeiro passo na nossa colaboração com o Mayhoola para desenvolver a Valentino e prosseguir a jornada estratégica muito forte de elevação da marca que Jacopo Venturini vai continuar a liderar».
Fundada em Roma em 1960 por Valentino Garavani, a casa de moda italiana foi adquirida em 2012 pelo Mayhoola, tendo vindo a expandir a sua influência e os seus negócios em todo o mundo. No ano passado, a Valentino contava 211 lojas próprias em 25 países e registou um volume de negócios de 1,4 mil milhões de euros.
A entrada no capital da Valentino foi anunciada na mesma altura que a publicação dos resultados semestrais do Kering, que registou um aumento de 2% no volume de negócios, para cerca de 10,1 mil milhões de euros. O grupo francês, que detém marcas como a Gucci, Yves Saint Laurent, Bottega Veneta, Balenciaga e Alexander McQueen, conseguiu um lucro líquido de 1,8 mil milhões de euros.
«Num ambiente atual de incerteza económica e geopolítica a curto prazo, o Kering vai continuar a executar a sua estratégia e visão, perseguindo duas ambições principais: manter uma trajetória de crescimento rentável resultante de elevados níveis de geração de liquidez e retorno do capital empregue, e confirmar o seu estatuto como um dos grupos mais influentes na indústria do luxo», aponta em comunicado o grupo francês.