Uma indústria têxtil e do vestuário dinâmica e moderna foi o que o Presidente da República ficou a conhecer após a sua visita ao Vale do Ave. Durante uma visita ao CITEVE, que despertou a sua curiosidade, Jorge Sampaio teve a oportunidade de dialogar com os empresários presentes de uma forma aberta, tentando compreender as suas preocupações e lançando questões sobre as dificuldades e as estratégias do sector. François Gros do grupo TEBE referiu a urgência em efectuar alterações à legislação laboral, de forma a adequá-la às necessidades de flexibilidade e resposta rápida das empresas. José Alexandre Oliveira, da APT, salientou que a indústria sofre as consequências de decisões que são tomadas sem que as empresas sejam consultadas, apontando como exemplo o caso de Bruxelas relativamente às negociações da política comercial comunitária. Finalmente, abordou-se a questão da qualificação dos recursos humanos, reforçada pela intervenção de João Costa da APIM, que salientou que o problema do desemprego no Vale do Ave é o facto de existir um grande desencontro entre os recursos humanos que a ITV necessita, cada vez mais qualificados, e a mão-de-obra disponível, com uma reduzida qualificação. Nesse sentido, o dirigente associativo admitiu que os salários praticados na ITV são baixos, mas que essa é uma característica comum a toda a economia portuguesa, relembrando que Portugal é igualmente o país da UE no qual o Presidente da República aufere o vencimento mais reduzido. Porém, alertou que no caso de técnicos qualificados, a ITV paga tanto ou melhor que os outros sectores. José Alexandre Oliveira relembrou que um dos maiores problemas se coloca ao nível do ensino, já que nunca se coloca a questão aos empresários sobre o tipo de mão de obra que necessitam, contribuindo assim para a existência de desajustes entre o mercado de trabalho e a especialização da mão de obra.